O narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, mais conhecido como “Marcelo Piloto”, está sendo investigado por dar apoio logístico aos membros da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) no assalto milionário à Prosegur, de Ciudad del Este, no ano passado, considerado o maior roubo do país vizinho.
A informação foi publicada pelo jornal O Globo e leva em conta informações fornecidas pela Polícia Federal de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. De acordo com a PF, Piloto teria fornecido parte dos fuzis, munições e explosivos usados no ataque.
O incidente aconteceu em 24 de abril do ano passado, quando um grande grupo de criminosos fortemente armados atacou a unidade da Prosegur e levou mais de US$ 11,7 milhões. Conforme a PF, as armas e explosivos utilizados no assalto vieram da Bolívia e da Venezuela e um pequeno avião foi usado para transportar as armas para o Paraguai.
A imprensa brasileira indica que, de Pedro Juan Caballero, o carregamento foi transferido para Ciudad Del Este e o próprio Marcelo Piloto teria ajudado a carregar os carros. Oito traficantes dos 40 que teriam participado do ataque à Prosegur foram identificados por meio de testes de DNA feitos com material colhido principalmente em uma casa em Ciudad del Este, usada pelo grupo antes do ataque.
A justiça brasileira condenou oito membros do PCC a sentenças de até 34 anos de prisão. No Paraguai existem apenas dois grandes presos no caso: o argentino Nestor Ariel Palma, que alugou sua casa em Ciudad del Este para o PCC esconder e planejar o assalto, e o militar da Marinha Alcides Acosta Maidana, que teria ajudado os assaltantes a cruzarem o Lago de Itaipu em direção ao Brasil.
“Piloto foi um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) quando chegou à fronteira do Rio em 2012. Na região, ele cresceu rapidamente na hierarquia do trânsito e acabou buscando a independência. Em um ano, ele já atuava em Pedro Juan Caballero, onde assumiu algumas rotas, ganhou fama de bom negociador e começou a fornecer grandes quantidades de armas, munições e drogas nas favelas do Rio”, traz trecho da reportagem.
O narcotraficante foi expulso do Paraguai na manhã de segunda-feira (19) depois de assassinar a garota de programa Lidia Meza, de 18 anos, dentro do Agrupamento Especializado da Polícia Nacional do Paraguai, em Assunção, na tentativa de impedir sua extradição para o Brasil. Agora ele está sendo mantido em uma prisão de segurança máxima.