A pergunta que o Brasil e o mundo esportivo faz nesta sexta-feira (06/03) é: por que o ex-craque do Barcelona e da Seleção Brasileira, Ronaldinho Gaúcho, foi até o Paraguai para obter uma carteira de identidade falsa? A resposta, ainda, ninguém sabe, mas as especulações existem aos montes, porém, a mais provável é que o ex-camisa 10 quisesse praticar algum crime relacionado com evasão de divisa, afinal, todos sabem das leis mais brandas para esse tipo de delito no país vizinho.
No entanto, neste momento, tudo é elucubração, pois o verdadeiro motivo é uma incógnita para todos. O certo é que, graças à fama mundial do ex-jogador de futebol, conhecido pelos seus dribles desconcertantes, acabou por marcar mais um gol, pois o Ministério Público do Paraguai decidiu não acusá-lo e nem ao irmão pelo uso de documentos falsos no país vizinho.
A informação foi divulgada em entrevista coletiva feita pelo promotor de Justiça Federico Delfino na noite de ontem (05). Os brasileiros admitiram erro e ficaram livres do processo, mas o MP considerou que ambos “foram enganados em sua boa fé”. A Promotoria decidiu usar o “critério de oportunidade”, recurso no Código Penal paraguaio que deixa livre de processo Ronaldinho e seu irmão. Ele é usado quando os suspeitos admitem o delito e não têm antecedentes criminais no Paraguai.
O caso, no entanto, irá ao Juizado Penal de Garantias do Paraguai e, portanto, a decisão final será de um juiz. O promotor Federico Delfino comentou a posição do MP. “O senhor Ronaldo Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho, aportou vários dados relevantes para a investigação e atendendo a isso, foram beneficiados com uma saída processual que estará a cargo do Juizado Penal de Garantias”, afirmou.
A imprensa paraguaia diz que Ronaldinho e Assis devem comparecer ao Juizado nesta sexta-feira (06), onde lhe aplicariam uma pena social e depois seria liberado. O advogado do ex-jogador e de seu irmão no Paraguai, Adolfo Marín, afirmou que eles ainda analisarão a decisão do MP. Nesta sexta-feira, vão decidir se permanecem ou não no país.
A promotoria, no entanto, acusou três pessoas: o empresário Wilmondes Sousa Lira, apontado pela defesa de Ronaldinho como responsável pelos documentos falsos, e as paraguaias María Isabel Galloso e Esperanza Apolonia Caballero. O MP pediu a prisão preventiva de Wilmondes. Ele foi acusado especificamente por produção de documentos não autênticos, uso de documentos públicos de conteúdo falso e falsidade ideológica.
Segundo a promotoria, outras pessoas e funcionários públicos também estão na mira da promotoria paraguaia. O caso provocou várias trocas de acusações entre autoridades do país e a renúncia do diretor de Imigração do Paraguai, Alexis Penayo.
Os passaportes e cédulas de identidade paraguaios do ex-jogador e de Assis foram expedidos ao nome de María e Esperanza e depois adulterados para possuírem os dados de Ronaldinho e o irmão. Ambas foram detidas e compareceram à sede da Promotoria contra o Crime Organizado na noite desta quinta, mas permaneceram em silêncio no depoimento, assim como Wilmondes.
Entenda o caso
Ronaldinho desembarcou com Assis na manhã da quarta-feira (04) em Assunção para participarem de evento da ONG Fundação Fraternidade Angelical. Ambos também foram ao país a convite do empresário Nelson Belotti, dono de um cassino que tem o ex-jogador como embaixador.
Na chegada ao país, seus passaportes chamaram a atenção das autoridades locais. Os dois passaram a ser suspeitos por uso de documentos falsos, mas apenas horas depois, à noite, membros do Ministério do Interior e do MP locais foram ao hotel onde os dois estão hospedados para uma operação de busca.
Segundo o MP, passaportes, carteiras de identidade e telefones de R10 e Assis foram apreendidos no Yacht y Golf Club. Segundo o ministro do Interior Euclides Acevedo, os dois ficariam sob custódia no hotel até a manhã desta quinta, quando foram prestar depoimento – entretanto, não estariam detidos.