Se realmente as tais comprovações existirem, terão de ser entregues à Polícia Federal, à Controladoria Geral da União, ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas. O desembargador atendeu pedido do governador Reinaldo Azambuja, que move processo de calúnia contra o Capitão Contar por causa das denúncias feitas nas redes sociais.
O pedido de esclarecimento também tem o respaldo do procurador-geral de Justiça Alexandre Magno Benites de Lacerda. Foram duas postagens de Contar no Twitter, a primeira em 2 de maio, quando diz ter denunciado suposto superfaturamento à Polícia Federal, e uma segunda, do dia 6 de maio, em que afirma que suas denúncias contra “possíveis irregularidades nas gestões estadual e municipais”, fizeram com que grupos organizados começassem a se articular.
O advogado do governador, Ari Raghiant, quer que Capitão Contar prove o fato denunciado e pede os seguintes esclarecimentos: quem praticou o fato; se houve participação do governador; se na denúncia apresentou o autor do superfaturamento mencionado; se Contar utilizou dos mecanismos legais de pedidos de informação, ou mesmo da abertura de procedimento na Assembleia Legislativa. Raghiant também quer saber quem realizou comparativo de preços para chegar à conclusão de que houve a compra com sobrepreço; e se no comparativo foi utilizada a mesma metodologia de referência aplicada pelo governo.
A defesa do governador de Mato Grosso do Sul ainda pede para o deputado estadual informar quais os grupos organizados que começaram a se articular, os integrantes dos tais grupos, se há a participação de Azambuja em tais grupos, e até mesmo, se o Capitão Contar consegue provar se tais grupos – caso eles existam – constituem uma organização criminosa. A compra das 60 mil cestas básicas, de forma emergencial (sem licitação), foi feita pelo Governo no início de abril e custaram R$ 5,8 milhões para serem distribuídas para famílias carentes.