O narcotraficante brasileiro Marcelo Pinheiro, mais conhecido como Marcelo Piloto, assassinou, neste sábado (17), uma mulher em sua cela no Agrupamento Especializado da Polícia Nacional do Paraguai, em Assunção. O assassinato seria uma medida extrema para impedir sua extradição do Paraguai para o Brasil.
Segundo dados preliminares, o criminoso, um dos líderes da facção criminosa brasileira Comando Vermelho (CV), teria assassinado uma mulher com uma chave de fenda, cuja identidade é desconhecida até agora, que foi visitá-lo.
O assassinato seria uma estratégia macabra e desesperada para impedir sua extradição para o Brasil, pois ele estava exaurindo todos os recursos legais legais para conter essa possibilidade.
Na sexta-feira (16), Marcelo Piloto desqualificou o promotor de Justiça Enrique Díaz e a juíza Claudia Scappini porque eles queriam eliminar uma das últimas causas que impediam a extradição do infrator.
Na primeira audiência preliminar que teve na Justiça após sua prisão, o narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, mais conhecido como “Marcelo Piloto”, tentou usar detalhes irrelevantes para atrasar o seu processo de extradição do Paraguai para o Brasil. Na audiência de ontem (16), ele colocou em xeque a idoneidade do promotor de Justiça Enrique Diaz e da juíza Claudia Scappini.
Segundo “Marcelo Piloto”, a Justiça do Paraguai estaria produzindo provas falsas contra ele. A diligência foi feita para resolver o critério da oportunidade representada por Enrique Diaz para fechar o caso e preparar a extradição do líder do CV (Comando Vermelho) do Paraguai para o Brasil, onde tem de cumprir uma condenação por tráfico de drogas e assassinato, cuja expectativa de punição é de 26 anos de prisão em regime fechado.
Neste contexto, o representante legal do traficante brasileiro, Christian Colman disse que o seu cliente recusa que o seu caso seja julgado pelo juiz e pelo promotor indicados. “Ele não está satisfeito com o trabalho deles. Há muitas coisas para esclarecer e acusação de que teria produzido documentos falsos não foi devidamente checada”, declarou.
Colmán negou que seja uma estratégia intencional para atrasar a extradição. “Ele (o promotor de Justiça) sabe o porquê de o meu cliente ter feito essa manifestação. Ele (Marcelo Piloto) quer apenas a busca da verdade”, disse, referindo-se ao promotor.
Já o promotor de Justiça Enrique Díaz disse que as alegações poderiam ser resolvidas o mais rápido possível, no máximo na semana seguinte. “Bem, já sabemos qual é a intenção dele, que é evitar a extradição”, afirmou.
O representante do Ministério Público declarou que as alegações de “Marelo Piloto” não têm precedentes e vai investigar também os crimes de assassinato, tráfico de armas e tráfico de drogas.
Sem casamento
A noiva de “Marcelo Piloto”, Marisa de Souza Penna, solicitou sua transferência do Presídio de Buen Pastor para o Grupo Especializado, onde pretendida se casar com o traficante brasileiro. No entanto, o Juizado Penal de Garantia recusou o pedido feito pela advogada Lilian Calonga, representante legal de Marisa de Souza Penna, que solicitou a autorização para que sua cliente e o traficante pudessem se casar neste sábado (17).
O Juizado Penal, a cargo da juíza Lici Sánchez, declarou que o pedido era inadmissível devido ao risco de fuga de ambos. O pedido foi feito no dia 14 de novembro, e, tanto Marisa, quanto Marcelo, são investigados por porte de armas, associação criminal e outros delitos no Paraguai.