A Câmara de Apelação da Justiça do Paraguai rechaçou, ontem (13), o terceiro recurso da defesa do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho e do seu irmão Roberto Assis para saírem da prisão no país vizinho. Assim, ambos vão permanecer em prisão preventiva por causa do uso de passaportes falsos.
Os advogados dos irmãos tinham tentado tirá-los da prisão no sábado da semana passada e na última terça-feira. Nesta sexta, o promotor de Justiça Marcelo Pecci apresentou uma resposta ao novo apelo, pedindo que fosse julgado improcedente e que a resolução impugnada fosse confirmada. O tribunal acatou a solicitação.
O documento da decisão cita um “perigo de fuga em um nível de tensão médio-superior”. Caso Ronaldinho e Assis voltassem ao Brasil, diz a sentença, isso “não garante o julgamento por representação no Brasil. Essa decisão escapa à determinação que possa ser tomada pelas autoridades jurisdicionais [paraguaias] e dependeria exclusivamente da vontade política e judicial do governo do Brasil”.
Na quarta-feira (11), o Ministério Público do Paraguai indiciou mais oito pessoas, e os acusados na investigação que surgiu após o caso de Ronaldinho Gaúcho e Assis chegou a 14 processados. Entre eles, a única pessoa foragida é a empresária Dalia Lopez, responsável pela ida dos irmãos ao país.
Dentre os indiciados, estão vários funcionários da Direção Nacional da Aeronáutica Civil (Dinac), do Departamento de Investigações da Polícia Nacional e do Departamento de Migrações.
Também foi detida Stella Marys Lugo, que era vizinha das duas mulheres que expediram os passaportes posteriormente adulterados para os nomes de Ronaldinho e Assis. Stella foi apontada como a pessoa que buscou os documentos.
Ronaldinho Gaúcho e Assis seguem detidos na Agrupação Especializada da Polícia Nacional, em Assunção, onde estão desde a noite da última sexta-feira (6). Eles cumprem prisão preventiva decretada no sábado (7). Na quinta (12), a defesa dos dois irmãos deve apresentar recurso no tribunal de apelação contra a decisão do juiz Gustavo Amarilla, que manteve a prisão de ambos.
Partida de futebol
Preso há uma semana no Paraguai, o ex-craque brasileiro Ronaldinho Gaúcho começa, pouco a pouco, a se integrar à rotina dos outros detentos. O ex-jogador participou esta semana de uma partida de futsal na Agrupación Especializada, cadeia onde está detido em Assunção.
Ronaldinho Gaúcho não quis participar do campeonato de futebol iniciado esta semana na cadeia. Mas, de acordo com o jornal paraguaio “Hoy”, o brasileiro aceitou um convite para jogar uma partida de futsal com outros presos.
A reportagem do “Hoy” cita um relato do jornalista Iván Leguizamón na rede de TV ABC sobre o jogo de futsal. Leguizamón contou, com base em relatos de policiais que trabalham na Agrupación Especializada, que Ronaldinho estava conversando com um dos guardas da prisão quando foi chamado para integrar um dos times que jogavam na quadra de futsal.
Ainda segundo o jornalista, Ronaldinho atuou no time de Fernando González Karjallo, ex-presidente do Sportivo Luqueño, que também está preso no local. Coube a outro detento famoso, o deputado Miguel Cuevas, tentar marcar Ronaldinho, sem sucesso. O ex-camisa 10 da seleção brasileira comandou a goleada da sua equipe por 11 a 2, com cinco gols e seis assistências.
Em entrevista à Rádio Ñanduti, também citada na reportagem do “Hoy”, o chefe da Agrupación Especializada, Blas Vera, afirmou que percebe nos últimos dias que Ronaldinho está menos abatido e tem saído mais vezes ao pátio da prisão.