Levantamento do MapBiomas Água apontou que o Pantanal é o bioma que mais perdeu superfície de água em relação à média histórica, iniciada em 1985, no País ao atingir o índice de 61%.
A região ficou abaixo da média histórica de chuva durante todos os 12 meses de 2024 e registrou o segundo ano mais seco da história.
No ano passado, o Pantanal foi o bioma com menor superfície de água no país, com 366 mil hectares, ou 2% do total.
Há 39 anos, esse percentual era de 10%. O MapBiomas considera a superfície de água aquela que fica pelo menos seis meses alagada. O bioma teve uma redução de 4,1% em relação a 2023.
O ano de 2024 foi 52% mais seco do que a última cheia do bioma, em 2018, ou seja, há sete anos a planície não alaga completamente, o que desequilibra os ciclos de seca e cheia do bioma, chamados de pulso de inundação.
Em 2020, com 870 mm de chuva, teve um déficit de chuva superior a 200 mm. Já em 2021, teve outro déficit. E por fim, em 2024 mais 1 ano com déficit, o ano de 2025 está também se configurando um ano com anomalias negativas de chuva, informou o pesquisador Serviço Geológico do Brasil, Marcus Suassuna.
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o Pantanal teve 2,6 milhões de hectares queimados em 2024, cerca de 17% da área total do bioma, que é estimada em aproximadamente 15 milhões de hectares.
O número é quase três vezes maior do que o registrado em 2023, quando atingiu cerca de 0,9 milhões de hectares.
Na série histórica do centro de pesquisa, que começa em 2012, o ano de 2024 foi o segundo em tamanho de área atingida por incêndios. Ele só perde para 2020, quando uma tragédia recorde foi registrada, sob a gestão Jair Bolsonaro (PL).
Em agosto do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a visitar o Pantanal, pela primeira vez durante o governo, diante do crescimento das queimadas no bioma.
Dados do Monitor do Fogo do MapBiomas, divulgados em janeiro, mostram que a área devastada por queimadas no Brasil aumentou 79% em 2024 e superou os 30 milhões de hectares. Foi a maior extensão atingida pelo fogo desde o início da série iniciada pelo projeto em 2019. A área é maior que o território da Itália.
O relatório do MapBiomas destaca que o crescimento do território queimado no Brasil está associado aos efeitos da seca que afetou grande parte do país, influenciado pelo fenômeno El Niño, entre 2023 e 2024. A baixa umidade tornou a vegetação mais vulnerável e suscetível ao fogo.
O país enfrentou em 2024 a maior seca em 70 anos. Sobre o quadro do pantanal, maior planície alagável do mundo, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse em setembro que, se mantidas as condições atuais no clima, esse santuário de biodiversidade pode desaparecer até o fim do século, citando previsões de cientistas. Com informações do site O Jacaré