O deputado federal Tio Trutis (PSL/MS) não cansa mesmo de se envolver em polêmicas e agora mirou sua metralhadora giratória para o lado dos deputados estaduais, que não gostaram nada da atitude do novato e prometem acioná-lo na Justiça.
Não está entendendo nada? Vamos às explicações: o “nobre” parlamentar publicou um vídeo, gravado em frente à Assembleia Legislativa, com temas ofensivos aos colegas deputados, causando revolta entre os parlamentares estaduais, que consideraram o teor desagradável e, por isso, vão ao contra-ataque, ameaçando com uma ação judicial.
Na gravação, Tio Trutis critica a decisão dos deputados de optarem por uma comissão especial para apurar denúncias contra a Energisa no lugar da criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a concessionária de energia. A crítica já havia sido feita em outro vídeo, mas, desta vez, ele fez a gravação em frente ao prédio da Casa de Leis.
Quem deve estar rindo à toa é seu colega de partido, capitão Contar, que se indispôs na semana passada propondo a CPI e acabou sendo fuzilado por muitos dos seus pares.
“Estou fazendo esse vídeo na cara deles porque são bunda-moles e se recusam a assinar CPI. Eles são folgados por votarem projeto que pode acarretar em aumento na carga tributária à população”, disse no vídeo publicado pelo deputado federal em suas mídias sociais.
Ao tomar conhecimento do vídeo, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Corrêa (PSDB), suspendeu a sessão e convocou reunião com todos os parlamentares. A reunião durou cerca de uma hora e, na saída, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) disse que a mesa diretora irá tomar providências contra Tio Trutis, podendo ser nota de repúdio, representação oficial contra ele a ser protocolada na Câmara dos Deputados ou, ainda, uma ação judicial por calúnia.
“É desagradável pressionar a Assembleia para se fazer uma CPI apenas por fazer”, avaliou o deputado José Carlos Barbosa (DEM), líder do governo na Assembleia. O parlamentar considerou que a criação de comissão como esta é válida quando se há fato determinado e, sem este elemento, o alvo da investigação pode entrar na Justiça e derrubar os trabalhos.
Segundo Barbosa, o deputado Renan Contar (PL), autor da proposta inicial de abertura da CPI da Energisa apresentou o chamado fato determinado, porém, de problema ocorrido em Rondônia. “Eu entendo que seria mais interessante uma CPI da Aneel, por isso, pergunto: qual a ação da bancada federal? Porque não abrem uma CPI lá no Congresso sobre energia?”, questionou, referindo-se à Agência Nacional de Energia Elétrica, que regula as concessionárias em atividade no País.
E agora?