Mais funcionários do Carrefour relatam ambiente de trabalho tóxico e casos de racismo e capacitismo; vai vendo!!!

A ação em que uma das lojas do Grupo de Hipermercados Carrefour em Campo Grande (MS) foi condenada a pagar R$ 400 mil em indenização por assédio moral organizacional ao vendedor Pedro Henrique Monteiro da Silva humilhado pela gerente enquanto limpava o chão da loja de joelhos traz inúmeros relatos de funcionários denunciado o ambiente tóxico, assédio moral e casos de racismo e de capacitismo – termo usado para descrever a discriminação contra pessoas com deficiência.

 

Segundo o site G1, entre os depoimentos das testemunhas, ex-funcionários relataram situações constrangedoras durante o trabalho e a falta de ação por parte do Carrefour. Com base no que foi colhido pela ação coletiva, gestores e gerentes eram responsáveis pelo ambiente tóxico na empresa. “[Uma gerente] começou a gritar com o depoente no meio do depósito; que situações semelhantes ocorreram com outras pessoas; que o tratamento em reuniões era ríspido, sendo que o depoente já foi chamado de ‘otário’ e de ‘besta’ na frente de outros colegas do setor de vendas”, detalhou um dos depoentes.

 

Um outro caso envolvendo uma gerente do mercado apontou uma situação capacitista. Por meio do sistema de inclusão de Pessoas com Deficiência (PCDs) ao quadro de funcionários do hipermercado, um novo colaborador passou a fazer parte do grupo. Em depoimento, a testemunha relembrou um caso onde a chefia do mercado xingou o funcionário PCD. “Dizia ao depoente que ele tinha de ‘se virar’; que o tratamento dispensado era grosseiro e o depoente teve vários episódios como o narrado; que havia outro PCD com deficiência na perna e essa pessoa e o depoente já foram chamados de ‘retardado’ e ‘débil mental’”, pontua a fala da testemunha.

 

Ao todo, cinco funcionários foram ouvidos, deles, três afirmaram situações de assédio moral no local de trabalho. Os outros dois colaboradores foram ouvidos, mas disseram não ter presenciado ofensas por parte da chefia do mercado. O advogado que representa as vítimas em ações por danos morais, Chrystian de Aragão, relata que as ações coletivas e os depoimentos mostram uma estrutura de assédio moral no hipermercado. “O assédio não era só de uma pessoa, era com outros funcionários. A estrutura da empresa tem uma cultura organizacional de assédio. Com as ações coletivas ficou comprovado que outros tinham sido assediados”, apontou o advogado.

 

Em nota, o Carrefour disse que irá recorrer da decisão na Justiça, enquanto sobre os outros casos de assédio moral e descriminação a empresa afirmou que “repudia todo e qualquer comportamento indevido por parte de seus colaboradores e reitera que não corrobora com qualquer situação relacionada ao assédio moral e desrespeito”.

 

Veja a nota do Carrefour na íntegra:

 

“O Grupo Carrefour Brasil repudia todo e qualquer comportamento indevido por parte de seus colaboradores e reitera que não corrobora com qualquer situação relacionada ao assédio moral e desrespeito.

 

Contamos, ainda, com o Conexão Ética – https://conexaoeticacarrefour.com.br/, um canal de denúncias para que qualquer situação que vá contra nossos princípios e valores organizacionais seja reportada. A rede informa, também, que tomou conhecimento da ação do MP e recorrerá da decisão”.