As rodovias de Mato Grosso do Sul enfrentam um grave problema: mais de 14,5 mil motoristas foram flagrados dirigindo sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ao longo deste ano, conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS).
Um levantamento realizado pela Gerência Especial de Fiscalização e Patrulhamento Viário (GPAV) revelou que aproximadamente 41 mil veículos foram abordados e mais de 40 mil testes de bafômetro foram realizados para verificar a presença de álcool em motoristas.
Entre as infrações que mais preocupam as autoridades de trânsito do estado estão: o uso do celular ao volante, manuseio do aparelho enquanto dirige, ultrapassagens em faixas contínuas e o transporte inadequado de crianças, em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Ruben Ajala, gerente de Fiscalização e Patrulhamento Viário do Detran-MS, destacou a importância do trabalho realizado nas quatro unidades operacionais do estado (Campo Grande, Dourados, Aquidauana e Naviraí). Ele afirmou que o desempenho positivo deste ano levará à criação de uma nova unidade operacional em Nova Andradina em 2026. “Vamos continuar o trabalho árduo de educação e fiscalização para garantir a vida das pessoas nas vias públicas”, declarou.
Desde 2021, foram identificados 68.882 motoristas dirigindo sem CNH em Mato Grosso do Sul, sendo 23.201 apenas em Campo Grande. Com a proximidade do Ano Novo, já foram registrados 15.893 motoristas sem CNH este ano, comparáveis aos 16.718 do ano anterior.
Mudanças na Legislação da CNH
As novas medidas propostas pelo governo federal visam tornar a obtenção da CNH mais acessível, reduzindo até 80% dos custos associados ao processo, que inclui exames, taxas e provas. As mudanças eliminam a obrigatoriedade de aulas em autoescolas e tornam as aulas teóricas gratuitas, além de reduzir o tempo de aulas práticas de 20 para 2 horas.
Outra inovação é a isenção de taxas de renovação para motoristas sem infrações, permitindo que a renovação ocorra automaticamente e sem custos. Essa mudança representa uma economia significativa para os condutores, com valores que variam de R$ 380 a R$ 576, dependendo da atividade remunerada.
Rudel Trindade, diretor-presidente do Detran-MS, acredita que essas alterações terão um impacto positivo, especialmente entre motociclistas, que frequentemente se envolvem em acidentes fatais sem CNH. “É injusto que a falta de CNH seja causada por custo e burocracia”, afirmou.
Desde a publicação da nova resolução no Diário Oficial da União em 9 de dezembro, Mato Grosso do Sul registrou 21,3 mil requerimentos pelo aplicativo CNH do Brasil, com a maioria buscando a categoria AB (motocicletas e carros). A primeira habilitação sob as novas diretrizes foi concedida a Bruno Amorim Gonçalo, de 29 anos, no dia 23 de dezembro.
