Em entrevista à revista Época, a mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, se diz “aliviada” depois do anúncio da desistência da direção do Operário-MT em assinar contrato com o goleiro Bruno. Os dirigentes do time alegaram que a decisão foi tomada após a perda de patrocínios e dos protestos.
Bruno foi preso há nove anos, quando atuava pelo Flamengo, e, três anos depois, o goleiro acabou condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato de Eliza.
“Foi uma decisão muito sensata. Ele tem que trabalhar? Tem, mas dentro de um campo de futebol. Ele não pode ser um ídolo do esporte, isso seria uma vergonha – tanto para os outros jogadores, para os torcedores, para os pais de família que respeitam as mulheres que têm dentro de casa”, criticou Sônia Moura ao falar com a equipe da revista.
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Sônia, que cuida do filho de Eliza e Bruno, com 9 anos, diz acompanhar as movimentações processuais do caso e as notícias sobre as possíveis contratações do goleiro. A aposentada conta ainda estar “indignada” com a concessão da progressão de pena ao regime semiaberto.
“As pessoas dizem que ele cumpriu a pena, mas se foi condenado a mais de 20 anos, por que ficou menos da metade disso? Ele tem direitos? Mas que direitos meu neto tem de crescer com a mãe? Ou que direitos eu tenho de ao menos conseguir enterrar o corpo da minha filha?”, lamentou.
Na terça-feira (21), na estreia do time no campeonato estadual, um grupo de mulheres protestou em frente ao estádio sobre as negociações que o Operários-MT estava tendo com o goleiro. Para Sônia, foi um ato de “solidariedade”.
“Tem gente que defende, diz que ele errou e merece ser perdoado por isso. Mas erros têm conserto. O que ele fez foi cometer um crime cruel. Vê-lo jogando bola representa uma completa falta de justiça e a certeza de impunidade”, atacou Sônia Moura, que mora com o neto no distrito de Anhanduí, no município de Campo Grande (MS).