O juiz federal Felipe Alves Tavares, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, marcou para os meses de abril e maio de 2025 o julgamento da denúncia por lavagem de dinheiro contra o empresário João Amorim, sua sócia, Elza Cristina Araújo dos Santos, e as três filhas, Ana Paula, Ana Lúcia e Renata. Os réus são acusados de terem ocultado R$ 33,8 milhões supostamente desviados dos cofres públicos na compra de duas fazendas.
Desde julho de 2016, quando a denúncia foi protocolada pelo MPF (Ministério Público Federal), a ação contra os cinco tramita a muito custo na Justiça Federal. O processo foi anulado pelo TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) na fase final, quando o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, também da 3ª Vara Federal de Campo Grande, já tinha marcado o interrogatório dos réus e estava concluindo o julgamento.
No entanto, com a anulação pelo relator, desembargador Paulo Fontes, com o apoio da 5ª Turma do TRF3, o processo recomeçou do zero, com o recebimento da denúncia, manifestação da defesa, contestação do MPF e agendamento de novo julgamento. A juíza federal substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa, também da 3ª Vara Federal de Campo Grande, ressuscitou a ação penal derivada da “Operação Lama Asfáltica” ao receber novamente a denúncia em junho de 2022 e, após manifestação das defesas, manteve a decisão em maio deste ano.
Conforme o MPF, o dinheiro desviado dos cofres públicos foi aplicado pela família do empresário na compra de propriedades rurais. A Fazenda Jacaré de Chifre, em Porto Murtinho (MS), foi adquirida de José Jacinto Neto por R$ 30 milhões, divididos em sete parcelas, enquanto a Fazenda Santa Laura, em Jaraguari (MS), foi comprada por R$ 3,858 milhões em 12 vezes de Evaldo Lelis Soares e sua esposa.
Oficialmente, as propriedades foram adquiridas pela Idalina Patrimonial, em nome das três filhas de Amorim, entretanto, o empresário tinha produção para fazer os negócios em nome da agropecuária. As audiências de instrução e julgamento ocorrem nos dias 10, 22, 23, 24, 25, 28, 29 de abril de 2025 e seguem em 13 e 14 de maio do mesmo ano. O ato processual será realizado por videoconferência e as partes poderão solicitar o comparecimento pessoal no fórum, notadamente para os interrogatórios se assim desejarem.