O novo processo da Justiça Federal do Brasil contra o narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão o aponta como o maior fornecedor de cocaína para o País, mesmo cumprindo pena em Assunão, capital do Paraguai. Ainda de acordo com a Justiça brasileira, ele traficava a droga quando estava no Presídio de Tacumbú e continua com o tráfico mesmo estando detido no Grupamento Especializado da Polícia Nacional do Paraguai.
Jarvis Chimenes Pavão foi condenada pela Justiça Federal de Porto Alegre (RS) pela juíza Karen da Silva Cordeiro, que usa como argumento um processo por tráfico de drogas no Rio Grande do Sul iniciado em novembro de 2015. A documentação fornecida pela Justiça do Brasil à do Paraguai é referente a 12 meses de investigação e a apreensões de drogas, que totalizaram 850 quilos de cocaína e 420 quilos de maconha, bem a prisões de 21 pessoas em flagrante.
“Nessas investigações, descobriu-se que Pavão fornecido toneladas de cocaína aos traficantes brasileiros, apesar de ter sido preso em unidade prisional paraguaia. Atualmente, Pavão é apontado como o principal fornecedor de cocaína do Paraguai para o Brasil”, traz o documento encaminhado à juíza Lici Sánchez.
O relatório observa que provas recolhidas mostram uma estrutura criminosa permanentemente atuando através da aquisição de grandes carregamentos de cocaína do Paraguai para distribuição no Rio Grande do Sul, onde tem três equipes transportadoras.
“A investigação sugere que Darío José Theobald seria o responsável por identificar e contratar os grupos para a logística para o transporte dos carregamentos de cocaína fornecidos pelo Javis Chimenes Pavão, que têm como destino final Marco Campos Braga, mais conhecido como Chapolin (…)”, diz o relatório judicial.
“Há evidência suficiente de autoria identificada por meio de conversas telefônicas e mensagens de texto como confirmam as investigações policiais”, diz o relatório. No Brasil, Pavão tem contra ele uma sentença de 17 anos e 8 meses por lavagem de dinheiro em Camboriú (SC), enquanto no Paraguai ele está cumprindo uma sentença de 8 anos de associação criminosa, que termina no fim deste ano.
Mudança na prisão
A ligação de Jarvis Chimenes Pavão com traficantes de drogas que operam no Rio Grande do Sul veio à tona a partir de uma conversa entre Antonio Marco Braga Campos, conhecido como Chapolin, e outra pessoa, a quem confidenciava comprar a droga de Pavão, a quem mencionado quanto devia e até mesmo os preços cobrados por ele e sua comissão, bem como preocupação com as consequências da mudança de local de detenção no abastecimento normal de drogas.
“Chapolin suspeita de que a transferência da prisão de Pavão dentro do Paraguai poderia interromper o fornecimento de cocaína. Acontece que o negociante tem uma extensa rede de colaboradores e continuou a ditar as regras mesmo depois de ser levado para o Grupamento Especial da Polícia Nacional (…) “, diz o relatório apresentado pela Justiça brasileira.
O documento refere-se a uma sequência de mensagens enviadas por Chapolin um número de telefone para encaminhamento posterior para Jarvis. Nessas mensagens, o traficante diz que, com a transferência de prisão, perdeu o contato com Pavão porque os telefones usados foram apreendidos no processo.