Segundo consta no inquérito, durante a 4ª fase da “Operação Omertà” foi apreendido celular que tinha dados sobre exploração de jogos de azar e, por meio de perícia no aparelho, constatou-se que a contravenção era chefiada pelos donos da Pantanal Cap, no caso, os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, que tinham apoio de Darlene Luiza Borges, a “Dada”.
Ainda conforme as investigações do MPE (Ministério Público Estadual), ela seria a responsável por gerenciar o funcionamento das bancas do bicho na Capital e até no interior do Estado. Levantamentos feitos pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), apontaram que Pantanal Cap e jogo do bicho “eram uma coisa só”, sendo que nas bancas do jogo do bicho eram vendidas cartelas de sorteio da empresa e vice-versa.
Ao todo, foram identificados mais de 200 bicheiros espalhados pela cidade. Os sorteios e pagamentos ocorriam de forma descentralizada e regionalizada em diversos pontos. Para facilitar a logística financeira, eram utilizados “recolhes”, indivíduos que apanhavam os valores das apostas, deixavam os resultados e pagavam os “prêmios”. Todo o procedimento coordenado por Dada, chamada de “patroa” pelos funcionários.
Consta ainda na decisão da Justiça que o jogo do bicho foi informatizado, com máquinas que imprimem o jogo, parecidas com impressoras de cupom fiscal e que tais máquinas foram entregues na Pantanal Cap em seu antigo endereço. “Foi apurado que o jogo do bicho e a Pantanal Cap em verdade se utilizam da mesma estrutura, tanto física como de pessoal, para exploração das atividades. Assim, conclui que o jogo do bicho e o Pantanal Cap são uma só organização, sendo que a Pantanal Cap também serve para ‘lavar’ o dinheiro do jogo do bicho”, lê-se na decisão da magistrada.