O juiz responsável pela audiência de custódia de Wellington Paes Lino, de 24 anos, que cortou a vagina da namorada, de 40 anos, decidiu, ontem (11), pela liberdade do rapaz, porém, determinou que ele se apresente mensalmente ao Fórum de Campo Grande, uma vez por semana ao grupo de Narcóticos Anônimos e ao grupo de reflexão com homens autores de violência doméstica e familiar contra mulheres.
Além disso, Wellington Lino será monitorado por tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar a menos de 300 metros do endereço da vítima. O magistrado ainda recomendou que ele procure o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Conforme o advogado do acusado, Jean Carlos Lopes Campos, ainda não foi definida a tipificação do crime ainda, pois os laudos preliminares ainda não foram juntados. “Acredito que ficará para a próxima semana”, detalhou.
O caso aconteceu no último domingo (6), quando a namorada de Wellington Lino estava dormindo e foi surpreendida pelo rapaz que desferiu facadas no abdômen e na região íntima.
Ele foi socorrida por familiares que a levaram para uma unidade de pronto atendimento, no Bairro Tiradentes. Devido à gravidade do caso, a mulher foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande.
No dia, estavam na casa duas filhas da vítima, o genro e dois netos. A mulher estava no quarto com o namorado, quando saiu correndo, sangrando e pedindo socorro.
“Acordei e ela já estava sangrando muito. Ele tinha fugido e levou a faca. Ficou todo mundo desesperado, e meu irmão a levou para a UPA. Aqui fora ficou cheio de sangue, mas depois eu lavei”, relatou a filha da vítima.
Wellington Lino ficou foragido até quinta-feira (10), quando policiais da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro) o encontraram na casa de sua mãe, no Bairro Moreninhas.
Conforme o delegado de Polícia Civil Roberto Guimarães, o homem se mostrou frio e sem arrependimentos, dizendo que já sabia o motivo da prisão. Após ser preso, ele foi levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
Em entrevista ao site Campo Grande News, a vítima falou sobre a relação abusiva que vivia com o ex-companheiro. “Ele tem muita maldade, sabe onde eu trabalho. Só espero que a Justiça não solte, porque agora eu sei do que ele é capaz. Ele tentou me matar, foi Deus e a oração da minha mãe que me salvaram. Ele entrou na minha vida para acabar com tudo, hoje estou começando do zero”, disse.
Conforme ela, ia completar três anos que os dois estavam juntos. Eles se conheceram pela rede social e, com 6 meses, já estavam morando juntos. “Passou um ano, teve a primeira briga, sempre por causa de ciúmes. A gente discutiu e ele falou que, se a gente se separasse, ele não ia me matar, mas eu ia me arrepender desde o dia que eu nasci”, contou.