Juiz manda bloquear R$ 700 mil da Brave Brazil por golpe em formandos de Medicina da Capital

O juiz Juliano Rodrigues Valentim, da 3ª Vara Cível Residual de Campo Grande, determinou o bloqueio de R$ 700 mil em ativos financeiros da empresa Brave Brazil Formaturas e Eventos, de Santa Catarina, por desaparecer com o dinheiro dos formandos do curso de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

 

Ainda é pontuado na decisão do magistrado que o banco se negou a fornecer informações da conta da empresa para os advogados da comissão de formatura e, portanto, determinou que esses dados sejam apresentados pela agência bancária.

 

Para o juiz, é evidente a urgência, se tratando de fato público e notório, que a empresa Brave está se furtando ao cumprimento das obrigações. Também que foi um caso amplamente noticiado pela mídia nacional e local.

 

Por fim, o magistrado chega a relatar as evidências de encerramento das atividades da empresa. Trecho de conversa entre a comissão e um funcionário da Brave mostra que todos os servidores foram demitidos.

 

Aproximadamente 170 funcionários da Brave Brazil teriam sido demitidos após uma série de ações por calotes em formandos de medicina de todo país. Funcionários relataram que desde julho de 2022 já não recebiam os salários regularmente. Além disso, alguns estariam até mesmo trabalhando de graça.

 

Então, após a série de escândalos e processos, a empresa teria demitido os funcionários. A demissão foi feita por e-mail, alegando o bloqueio das contas da Brave Brazil e falta de dinheiro em caixa.

 

Assim, os funcionários entraram com ações coletivas contra a empresa e pediram ressarcimento desses salários atrasados. Há ainda informação de que a sede da empresa teria sido esvaziada.

 

Esse fato, no entanto, foi desmentido pelo advogado da empresa. Apesar da falta de pagamentos, os ex-funcionários afirmam que os donos da Brave Brazil teriam comprado carros de luxo.

 

Tais veículos são avaliados em ao menos R$ 600 mil. Já o advogado afirma que os veículos são importados, mas antigos e que faziam parte de uma negociação distratada há algum tempo. Também foi apurado que fornecedores estariam sem receber.

 

Em janeiro, a Associação Brasileira de Empresas de Formatura e Afins emitiu nota esclarecendo que a Brave Brazil não é associada. Assim, a associação esclarece ainda que “condena todo e qualquer descumprimento ou inadimplemento contratual por empresas prestadoras de serviços do setor”.

 

Também que está acompanhando o caso de perto e os desdobramentos. “Ao mesmo tempo, já notificou a empresa envolvida, tanto para que sejam prestadas informações sobre o ocorrido, quanto para que informe sobre problemas em eventos futuros”, informa a Abeform.

 

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