O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, negou os pedidos de prisão preventiva pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, 31 anos, mais conhecido como “Playboy da Mansão”, para os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho (Jamilzinho), ao policial federal afastado Everaldo Monteiro de Assis, ao pistoleiro Juanil Miranda Lima, ao ex-guarda municipal Marcelo Rios, a José Moreira Freires e a Rafael Antunes Vieira.
Jamil Name e Jamilzinho, que já estão presos desde o dia 27 de setembro de 2019, são apontados como os mandantes, enquanto José Freires, Everaldo de Assis e Marcelo Rios intermediaram e Juanil Miranda foi o executor. Conforme o magistrado, os indícios de autoria “ainda não são suficientes” e a vítima cumpriu pena no presídio por contrabando, sendo “prometida à morte”.
Outro ponto destacado pelo juiz é que uma das pistas iniciais sem sucesso foi o relacionamento sexual do Playboy da Mansão com funcionária que tinha terminado casamento conturbado. “No caso, o que se tem como certo é que a vítima brigou com Jamil Name Filho numa boate há muito tempo e pediu desculpas, ditas pelos policiais que não foram aceitas. Em cima disto criou-se deduções de que o pai e filho (Name) mandaram matá-lo com base nas diligências feitas, as quais não obstante carecer de outras, são dignas de elogios pelo trabalho das ilustres Autoridades Policiais”, afirmou.
A vítima foi assassinada a tiros de pistola calibre 9 mm à queima roupa enquanto bebia com amigos em um bar de Campo Grande (MS) na noite de 18 de outubro de 2018. Uma semana depois, em 26 de outubro de 2018, o empresário Joel Colombo prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia, em Campo Grande, e contou que o filho tinha uma desavença com Jamil Name Filho por causa de briga ocorrida em casa noturna da cidade anos antes.
Ele relatou ainda que o filho chegou a procurar o pai do desafeto, o empresário Jamil Name, para pedir desculpas. O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, revogou a prisão de Everaldo Monteiro Filho no processo por formação de quadrilha e determinou uso de tornozeleira eletrônica.
O policial está preso desde 27 de setembro do ano passado, data em que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) deflagram a primeira fase de Operação Omertà. De acordo com o magistrado, Everaldo Monteiro compõe o núcleo de apoiadores, ao lado de diversos outros acusados, e não tem posição privilegiada na hierarquia da organização.
“Das suas supostas funções, ao menos em tese, depreende-se que não são referentes à aquisição, transporte ou porte de armas de fogo, tampouco relacionadas a práticas violentas”, informa a decisão.