A 10 dias de entrar em vigor o tarifaço sobre o Brasil anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, os frigoríficas de Mato Grosso do Sul já redirecionaram suas produções para outros mercados, como China, Chile, Filipinas e países do Oriente Médio.
O vice-presidente do SICADEMS (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Alberto Sérgio Capuci, confirmou que todos os frigoríficos que enviam carne bovina aos Estados Unidos já normalizaram os abates e redirecionaram a produção para os países já citados.
O redirecionamento da produção é a segunda reação das indústrias frigoríficas de Mato Grosso do Sul. A primeira decisão foi a de suspender as exportações para o país norte-americano imediatamente após a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todas as exportações brasileiras a partir de 1º agosto.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, havia adiantado que havia a possibilidade de as indústrias acessarem novos mercados em decorrência do novo status de MS de área livre de aftosa sem vacinação.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apontam que as vendas de Mato Grosso do Sul aos EUA somaram US$ 315 milhões (R$ 1,7 bilhão) de janeiro a junho deste ano, ante US$ 283 milhões no mesmo período do ano passado (R$ 1,4 bilhão) – alta de 11,4%.
Somente a carne bovina teve alta de 78% nas exportações entre os dois anos, saindo de US$ 81,434 milhões, no primeiro semestre do ano passado, para US$ 145,201 milhões, no primeiro semestre deste ano.
A depender da velocidade com que o Brasil consegue redirecionar sua produção e negociar com os Estados Unidos, os efeitos podem ser amenizados. No entanto, como advertiu o economista Eduardo Matos, o impacto não deve ser subestimado. Com infos do Correio do Estado