Irresponsáveis, motoristas embriagados causam quase a metade das mortes no trânsito da Capital

Dados divulgados pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) indicam que quase 40% das mortes ocorridas no trânsito de Campo Grande neste ano foram causadas pela combinação perigosa de álcool e direção. Até o início deste mês, a Capital contabilizava 52 óbitos.

Outro dado que chama a atenção é que em apenas 0,65% das ocorrências fatais não havia suspeita de alcoolemia. Este número destaca a frequência com que o álcool contribui para as tragédias no trânsito local. Além disso, em quase 60% dos casos não foi possível obter informações sobre a condição do causador do acidente, evidenciando a necessidade de aprimorar os procedimentos de investigação e coleta de dados.

A diretora de Educação de Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), Andrea Moringo, lamenta que mesmo com a Lei Seca ainda ocorram mortes no trânsito decorrentes do uso de álcool. “Infelizmente, mesmo após 16 anos da Lei Seca em vigor, temos essas lamentáveis ocorrências”, relata.

Segundo dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), Mato Grosso do Sul figura entre os cinco estados com a mais elevada taxa de óbitos nas estradas e vias urbanas associados ao consumo de álcool. Em 2021, a incidência foi de 7,8 óbitos por 100 mil habitantes.

Os dados recentes sobre alcoolemia e recusa de teste do bafômetro no trânsito revelam uma tendência positiva em Mato Grosso do Sul, indicando uma mudança no comportamento dos condutores. De acordo com estatísticas fornecidas pelo Detran-MS, houve uma queda significativa nos números relacionados a infrações de trânsito e à ingestão de álcool entre o ano passado e este ano.

Em 2022, o Estado registrou 1.710 casos de alcoolemia, enquanto neste ano esse número diminuiu para 1.524. Isso representa uma redução de 11,1% nos casos de motoristas flagrados dirigindo sob efeito de álcool.

Outro dado positivo refere-se à recusa de teste. Em 2022, foram registrados 1.445 casos e, neste ano, esse número caiu para 1.195, representando uma redução de 17,3%. A recusa de teste é uma infração grave, e a diminuição desses casos é um indicativo de maior conscientização por parte dos condutores.

Ao somar os casos de alcoolemia e recusa de teste, o total de infrações em Mato Grosso do Sul foi de 5.874 entre 2022 e este ano. Embora o número seja expressivo, a queda nas estatísticas mostra um avanço positivo no cenário de segurança viária do Estado.

Os dados também apontam para uma redução significativa nas infrações de trânsito na Capital. Em 2022, Campo Grande registrou 324 casos de alcoolemia, número que diminuiu para 265 neste ano. A recusa de teste também apresentou uma queda considerável, passando de 744 casos, em 2022, para 590, neste ano.

Ao somar os casos na capital sul-mato-grossense, o total de infrações de trânsito foi de 1.923 entre o ano passado e este ano. Esses números refletem a mesma tendência estadual de redução nas ocorrências de alcoolemia e recusa de teste, sugerindo uma mudança de comportamento dos condutores.

Especialistas atribuem essa queda nos índices ao aumento das campanhas de conscientização sobre os perigos de dirigir sob influência de álcool, bem como ao reforço das operações de fiscalização por parte dos órgãos competentes. A combinação desses esforços tem contribuído para a promoção de um trânsito mais seguro em Mato Grosso do Sul.