Investigação sobre venda de sentenças pelo juiz Paulo Afonso é prioridade na Polícia Federal

A conclusão da investigação de venda de sentenças por parte do juiz Paulo Afonso de Oliveira, que está afastado da 2ª Vara Cível de Campo Grande por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), é prioridade da Polícia Federal, conforme levantamento do site O Jacaré.

De acordo com o site, a análise dos materiais coletados na Operação Ultima Ratio, deflagrada em 24 de outubro do ano passado, também vem reforçando as acusações contra o magistrado.

A PF não se limitou aos sete desembargadores do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e ao conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), que tem foro privilegiado no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e só podem ser denunciados pelo procurador-geral da República Paulo Gonet.

Paulo Afonso de Oliveira ganhou fama nacional por ter acumulado um patrimônio milionário ao longo dos 25 anos como magistrado. De acordo com a PF, ele tem uma fazenda avaliada entre R$ 30 milhões e R$ 70 milhões, avião de R$ 1,3 milhão e ainda estava comprando uma outra propriedade de R$ 18 milhões.

Ele foi afastado do cargo pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, no dia 20 de dezembro do ano passado. No início deste ano, o plenário do CNJ manteve o afastamento do magistrado.

A PF informou o ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que está priorizando a análise dos materiais apreendidos para apresentar os elementos para o MPF (Ministério Público Federal) propor ação penal contra o juiz.

Um dos pontos é o golpe de R$ 5,5 milhões dado em um aposentado do Rio de Janeiro pela advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, esposa do juiz aposentado Aldo Ferreira da Silva Júnior, amigo de Paulo Afonso. Um dos pontos destacados é que a liberação do dinheiro ocorreu 17 minutos após o despacho do juiz autorizando o saque.