O levantamento feito pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), da rede internacional de pesquisa do Observatório das Metrópoles, indica que Campo Grande está entre outras 14 capitais brasileiras que não têm plano municipal de enfrentamento às mudanças climáticas.
Segundo o Correio do Estado, após os eventos extremos em decorrência das mudanças climáticas no Rio Grande do Sul, o IJSN realizou o levantamento, pegando como referência os sites das prefeituras e instituições governamentais.
Para o diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, como os eventos extremos estão acontecendo em diversas partes do mundo, a organização da gestão é fundamental para a prevenção dos desastres. No entanto, após o levantamento, entenderam que ainda há despreparo por parte dos municípios brasileiros.
Além de Campo Grande, as outras capitais apontadas no levantamento em que não encontraram o Plano de Mudanças Climáticas estão: Aracaju (SE); Belém (PA); Boa Vista (RR); Cuiabá (MT); Goiânia (GO); Maceió (AL); Macapá (AP); Manaus (AM); Natal (RN); Palmas (TO); Porto Alegre (RS); Porto Velho (RO); São Luiz (MA); e Vitória (ES).
O estudo levou como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 13, da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem como objetivo mitigar os efeitos das mudanças climáticas e apresenta cinco pilares.
Com relação à análise realizada em Campo Grande, Lira explicou que foi observado a arrecadação das contas públicas, estruturas de gestão e organização.
“Então partindo dessa premissa, a nossa hipótese era de que a maioria das capitais brasileiras teriam esses Planos disponíveis para a população e para nossa surpresa e preocupação, quinze capitais não possuem o Plano de Mudanças Climáticas, dentre elas, Campo Grande (MS)”, pontuou.
Ainda, frisou que mesmo que a Capital possua a Defesa Civil, é preciso que seja elaborado um plano de contingência que engloba, o plano de gestão de risco geológico.
“E a gente não pode confundir esse plano que é coordenado pelo trabalho das Defesas Civis, com o plano local das Ações Climáticas, que é mais abrangente. Envolve medidas de prevenção, mitigação e adaptação a eventos climáticos extremos”.
A Prefeitura de Campo Grande manifestou-se sobre o estudo dizendo que a Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), por meio da Lei Municipal nº 341/2018, altera o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Campo Grande (PDDUA).
“Priorização de medidas de adaptação às mudanças climáticas, conforme determina a Lei n. 12.187, de 29 de dezembro de 2009 que instituiu a Política Nacional de Mudanças Climáticas”.
Conforme a nota, o início do fortalecimento para o enfrentamento das questões climáticas, iniciou em 2016. E apontou contrato do Executivo Municipal com o Carbon Disclorure Project (CDP), que em parceria com o International Council for Local Environmental Initiatives (ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade), possui um plano de divulgação das ações climáticas de Campo Grande.
Para ter acesso à consulta das ações referentes ao planejamento para combater o efeito das mudanças climáticas em Campo Grande basta clicar aqui. A plataforma é toda em inglês, o que pode dificultar o acesso de alguns munícipes.
Em 2023, por meio de decreto, a Planurb instituiu a Gerência de Políticas Ambientais e Mudanças Climáticas.