Segundo o mestre em biologia e integrante da equipe do programa Cabeceiras do Pantanal, do Instituto Homem Pantaneiro, Wener Hugo Moreno, as áreas do Banhado funcionam como “ambientes de passagem” entre os meios terrestres e aquáticos” e complementou:
Ele completou que o banhado do Rio Formoso funciona como um filtro natural para a contenção do sedimento e essencial para a manutenção da qualidade dos rios. “Faço um destaque para o Rio Formoso (aproximadamente 100 quilômetros), que tem águas cristalinas”, avisou.
Wener Moreno destacou que é importante lembrar que tudo na natureza proporciona equilíbrio e qualquer mudança brusca afeta o bioma. Mato Grosso do Sul passa por uma forte onda de calor com temperaturas acima dos 40ºC, em vários municípios e a umidade do ar baixa. São condições que propiciam o alastramento das chamas.
“Somados a outros fatores, o Banhado vem sofrendo com fortes incêndios em sua extensão, mais de 580 hectares de área foi consumidos pelo fogo nas últimas 72 horas. Os rios abastecidos por essas estruturas, perdem toda sua característica e influenciam negativamente em toda a cadeia de espécies e ambientes que dependem dele”, alertou o especialista.
O Instituto Homem Pantaneiro faz o monitoramento constante de rios como o Miranda, Aquidauana e outros tributários que vão abastecer o Rio Paraguai. A saúde do bioma depende de uma conjunção de fatores para garantir a conservação.
Integram a Bacia do Rio Miranda, por exemplo, os municípios de Terenos, São Gabriel do Oeste, Campo Grande, Bandeirantes, Dois Irmãos do Buriti, Aquidauana, Rochedo, Maracaju, Bodoquena, Bonito, Nioaque, Sidrolândia, Corguinho, Jardim, Corumbá, Miranda, Ponta Porã, Rio Negro, Guia Lopes da Laguna, Porto Murtinho e Anastácio.