Infectologista e dermatologista não descartam 1º caso de varíola do macaco em Corumbá

Os médicos infectologistas e dermatologistas que examinaram o adolescente de 16 anos em Corumbá (MS), considerado o 1º caso suspeito de varíola do macaco em Mato Grosso do Sul, não descartam a doença, mas também informaram que ele pode estar com uma síndrome rara. Em nota divulgada no fim da tarde de ontem (31), a Santa Casa de Corumbá informou que o paciente se encontra clinicamente estável, isolado e monitorizado em ambiente de terapia intensiva e com conduta terapêutica adequada.

Ainda de acordo com a nota, devido ao histórico clínico do paciente, bem como as características das lesões, a equipe de profissionais médicos da Santa Casa de Corumbá acredita ser pouco provável a infecção pelo referido vírus Monkeypox. O hospital relata que ele pode estar com Síndrome de Dress ou para caso de Psoríase Pustulosa, doença dermatológica caracterizada por múltiplas lesões de pele.

A síndrome de hipersensibilidade a drogas com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS) é uma rara reação adversa a drogas com potencial de morte e sequelas em longo prazo. Os anticonvulsivantes aromáticos estão entre os medicamentos mais relacionados. Já a varíola do macaco é uma doença endêmica da África e recentemente tem causado alerta no mundo por conta de infecções registradas desde o início de maio na América do Norte e Europa.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), até semana passada eram 131 casos confirmados e 106 suspeitos em todo o mundo. O que chama atenção das autoridades mundiais em saúde é que essa é a primeira vez que a doença causa surto em várias partes do mundo sem que os pacientes com a doença tenham viajado para a África.

De acordo com o Instituto Butantan, a varíola dos macacos pode ser definida como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana. A infecção pelo vírus se dá de três formas: em contato com um macaco infectado com o vírus, com outra pessoa doente e também com materiais contaminados. De pessoa para pessoa, o vírus é transmitido no contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.