A possibilidade real de o empresário campo-grandense Jamil Name, 83 anos, ser transferido do Presídio Federal de Mossoró (RN), onde está sob a acusação de comandar um grupo de milícia armada responsável por várias execuções em Campo Grande (MS), mobilizou a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), que defende a permanência dele no Rio Grande do Norte.
Em ofício enviado à Justiça nesta semana, a permanência de Jamil Name em Mossoró vai até 5 de outubro, mas, conforme o site Campo Grande News, a Polícia Civil e o MPE (Ministério Público Estadual) pedem a prorrogação da estadia dele no presídio federal nordestino. A Agepen concorda com o pedido e argumenta que as medidas de isolamento de lideranças de organizações criminosas são as mais indicadas para manter indivíduos de alta periculosidade longe dos seus comandados.
Ainda conforme a Agência, Jamil Name tem grande capacidade de articulação e expertise nas atividades próprias do meio ao qual pertencem e, por isso, a manutenção da custódia dele no Sistema Penitenciário Federal é necessária. Em correspondência ao juiz corregedor do presídio federal de Mossoró, Walter Nunes, o magistrado de Campo Grande que cuida da execução penal provisória, Mário José Esbalqueiro, pediu explicação sobre o prazo para Jamil Name ser mantido na unidade federal.
A defesa de Jamil Name diz que a situação dele é esdrúxula, pois há duas inclusões no sistema prisional federal, a que está vencendo, e uma nova, por mais um ano, determinada em junho. O defensor do preso octagenário, Tiago Bunning, disse que a defesa estuda que caminhos jurídicos tomará a seguir, na tentativa de evitar que o cliente continue longe da família. A alegação é de que a idade avançada, aliada a doenças como diabetes, deveriam ser levadas em consideração.