Uma idosa está internada há nove dias na Santa Casa de Campo Grande, aguardando um cateterismo cardíaco considerado urgente, após ter passado oito dias na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário sem conseguir uma vaga hospitalar. No total, são 17 dias de espera por atendimento adequado, conforme relato da família.
Segundo a filha da paciente, a idosa foi admitida inicialmente na UPA com pneumonia bacteriana e dores intensas. Sem medicamentos disponíveis, a família teve que gastar cerca de R$ 1,1 mil em antibióticos. A vaga hospitalar foi conquistada somente após a intervenção da Justiça, diante do agravamento do estado de saúde da paciente.
Na Santa Casa, exames revelaram problemas cardíacos e a necessidade de um cateterismo. Entretanto, a família informa que o procedimento está suspenso para pacientes internados que não chegam em situação de infarto, devido à greve da equipe responsável pelo exame.
De acordo com os relatos da família à reportagem, a paralisação ocorre por falta de pagamento e já dura meses. Atualmente, apenas casos considerados emergenciais no pronto-socorro estão sendo atendidos, enquanto pacientes internados continuam sem previsão para a realização do exame.
A família foi informada de que a demora se deve à greve dos funcionários da Santa Casa, que deve se estender até o dia 5 de janeiro. Até lá, a idosa permanece internada, correndo riscos, inclusive de infecção hospitalar, segundo a filha, que optou por não se identificar.
Indignada, a familiar critica a situação enfrentada pelos pacientes do SUS. Ela destaca que, enquanto a cobrança de impostos é rigorosa, o acesso à saúde pública falha nos momentos de maior necessidade, penalizando principalmente idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.
