A “greve geral” convocada pelos bolsonaristas para protestar contra a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva na eleição para a Presidência da República fracassou em Campo Grande (MS). A maioria dos empresários do comércio da Capital abriu as portas de suas respectivas empresas normalmente nesta segunda-feira (7).
Apenas poucos empresários resolveram apoiar a manifestação, fechando os seus estabelecimentos e indo para a frente do CMO (Comando Militar do Oeste), onde foi registrada perseguição aos jornalistas que estavam no local para cobrir o ato antidemocrático.
No período da manhã, ao passar pelo centro da cidade, era possível notar que a maioria das lojas estava com as portas abertas, enquanto um número reduzido fechou em apoio ao protesto, mas sem colocar nenhum informativo na frente do estabelecimento para informar os clientes.
Por outro lado, algumas se manifestaram apenas pelas redes sociais, afirmando que voltarão ao expediente normal somente nesta terça-feira (8). A CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande) reforçou que um grupo de pessoas tentou mobilizar o comércio para fechar, mas, não tiveram sucesso.
De acordo com entidade lojista, muitos comerciantes não quiseram participar porque estão bem próximos da “Black Friday” e um dia fechado já prejudica demais as vendas. A exceção ficou por conta da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), que decidiu não funcionar nesta segunda-feira.
CMO
Enquanto isso, o ponto de concentração dos bolsonaristas em Campo Grande continua sendo o canteiro central localizado em frente ao CMO, na Avenida Duque de Caxias. No local, diversos veículos estão estacionados nos canteiros da rotatória da via, liberando apenas uma pista para o tráfego de veículos, o que prejudica o trânsito na região, sendo indicado procurar ruas alternativas.
No canteiro central da avenida, há barracas e caminhões, sendo que grades foram instaladas em pontos próximos da entrada do CMO e barracas de acampamento que estavam nos locais até a tarde de domingo foram retiradas e se concentram no canteiro da via.
No entanto, a manifestação que era pacífica até domingo (6), deixou de ser, principalmente contra a imprensa que foi até o local fazer a cobertura. Jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas de sites de notícias e dos principais canais de TV foram perseguidos pelos bolsonaristas, que não deixaram eles trabalharem.
No fim o dia, o Sindjor/MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) informou que, com o apoio de entidades e movimentos sociais parceiros, irá protocolar nesta terça-feira (8) uma representação no MPE (Ministério Público Estadual) e no MPF (Ministério Público Federal), cobrando que seja cumprida a legislação quanto aos movimentos antidemocráticos promovidos em diversos municípios de Mato Grosso do Sul.