A Polícia Civil alerta que os estelionatários do golpe das panelas voltaram a agir em Mato Grosso do Sul nos últimos meses. Os golpistas se passam por vendedores de panelas alemãs e italianas, prometendo qualidade e preços baixos.
Eles se apresentam como representantes de marcas famosas e utilizam técnicas de venda “agressivas e persuasivas” para convencer as pessoas a comprarem produtos. Entre essas técnicas estão descontos atrativos e garantia de que as panelas são feitas com materiais de alta qualidade, resistentes e duráveis.
No entanto, após a venda, começam os problemas. Várias pessoas que compraram os produtores denunciaram que o problema começa com o produto, que não é de qualidade e apresenta defeito com pouco uso, não cumprindo a promessa de resistência e durabilidade.
Também há alguns problemas de fabricação, como rachaduras e deformações, mas o principal golpe é o financeiro. Conforme a Polícia Civil, os golpistas realizam cobranças no cartão de crédito dos clientes. A população deve desconfiar de vendedores que utilizam técnicas agressivas de venda e oferecem descontos muito acima do valor de mercado.
Caso a pessoa tenha sido vítima desse tipo de golpe, a recomendação é procurar imediatamente a delegacia da Polícia Civil mais próxima para registrar um boletim de ocorrência. Com relação aos valores perdidos, a vítima deve buscar orientações sobre como proceder para tentar recuperar o dinheiro ou o produto adquirido junto aos órgãos competentes.
No dia 12 de janeiro do ano passado, o Blog do Nélio registrou o caso da empresária M.R.O., de 39 anos, que, ao entrar na Rua São Jorge, no sentido da Rua Euclides da Cunha, foi fechada por uma caminhonete S10 branca, cuja placa não foi possível identificar.
Ela parou então na Rua da Paz para atender o casal que estava no carro, em uma situação de ansiedade e pedindo ajuda, com uma criança que chorava muito no banco de trás. A mulher demonstrava desespero com a situação e o choro da criança.
O homem, branco, estatura média, loiro, aparentando 25 a 30 anos disse que tinha um voo às 17 horas e que precisava se desfazer da mercadoria que tinha, nem que fosse por preço de custo, porque a transportadora cobrava caro.
O teatro conduzido pelo casal e a encenação com a criança criaram momentos de ansiedade que a vítima diz ter ficado “fora de si e sem ação”. Ele oferecia panelas de “alta qualidade, de marca internacional”, pedia que ajudasse, oferecia mais um jogo de facas e ia colocando os itens no carro da vítima, que sem reação foi sendo conduzida.
O homem ofereceu os produtos por R$ 4.200,00 parcelados em 10 vezes no cartão. Pegou um cartão, passou na máquina e disse que não foi autorizado, pediu outro cartão, a vítima entregou e ele disse que havia passado. Durante esse processo ele ainda fotografava os cartões.
E ainda naquela situação de coação induziu a mesma a gravar um vídeo dizendo que tinha feito a compra. “A situação era surreal e toda aquela encenação, tudo muito rápido, me deixou sem ação e sem qualquer controle da situação. Era impossível raciocinar naquele stress. A manipulação é impressionante”, afirmou a vítima.
Quando finalmente entrou em seu carro e fora do stress da coação, percebeu que poderia se tratar de um golpe. Imediatamente ligou para o esposo que pesquisando na internet encontrou outros casos iguais em páginas policiais e no site Reclame Aqui, descrevendo o mesmo golpe.
Descobriu-se então que a empresa para a qual a máquina de cartão foi registrada (Costa Nazareno Comercio e Serviços Ltda. CNPJ: 43.536.813/0001-03) tem pouco mais de 3 meses e é de Minas Gerais. A vítima ainda tentou contato pelo telefone celular associado à empresa, mas consta como “número inexistente”.
Abalada, a vítima imediatamente entrou em contato com as operadoras dos seus cartões Inter e Amex e foi solicitado o cancelamento de vendas fraudulentas lançadas neste golpe e bloqueio dos cartões, diante da possibilidade ainda deles terem sido clonados.
A situação toda ainda foi formalizada para a empresa, [email protected], relatando a situação, para eventual conhecimento, já que a empresa pode também estar sendo utilizada neste golpe de estelionato, com venda de produtos falsos e sob coação.