Terminou mal a ação de uma quadrilha que atacou um carro-forte da empresa de transporte de valores Brink’s, na manhã de hoje (2), na MS-156, entre Caarapó e Amambai. Os ladrões fugiram para o Paraguai, mas não levaram o dinheiro.
Segundo informações do site Campo Grande News, os bandidos tentaram abrir o blindado com explosivos, mas a porta resistiu e eles fugiram. Só a perícia vai revelar se o carro-forte resistiu por causa da quantidade de explosivo ou se os artefatos falharam.
O número de assaltantes ainda é incerto. Os funcionários da empresa de transporte de valores falaram que eram cinco bandidos. Outras testemunhas falam em oito.
O delegado-regional-adjunto da Polícia Civil em Ponta Porã, Mikail Gouveia Faria, que está na região de Amambai participando das investigações, disse ao site Campo Grande News que todos os indícios apontam para a fuga da quadrilha para o território paraguaio. Eles teriam cruzado a fronteira no município de Aral Moreira, usando um Citroën C4 preto, roubado na estrada.
Segundo as investigações feitas até agora, o carro-forte seguia de Dourados para Amambai, para abastecer agências bancárias da região. No trecho entre Caarapó e Amambai, os assaltantes em um Jeep Renegade emparelharam com o blindado e começaram a disparar tiros de fuzis calibres 5.56 e 7.62. Vários cartuchos deflagrados dos dois calibres foram recolhidos na estrada.
Os assaltantes ultrapassaram o carro-forte, fecharam o blindado e começaram a atirar nos pneus. Para desviar, o motorista saiu da pista e parou o carro-forte perto de uma lavoura de soja. Nesse momento, os funcionários da empresa trancaram o veículo com dinheiro e correram para a lavoura.
Os assaltantes atiraram na direção deles, mas ninguém foi atingido. Minutos depois, quando ainda corriam, ouviram a explosão. Os seguranças e o motorista da Brink’s pediram socorro em uma fazenda próxima do local. O Renegade usado para perseguir o carro-forte foi incendiado no meio da estrada. Os bandidos então cercaram um caminhão carregado com cerâmica e obrigaram o motorista a levá-los em direção ao Paraguai.
Alguns quilômetros à frente, interceptaram o C4 Pallas preto, deixaram os ocupantes na estrada e fugiram. O caminhoneiro também foi liberado nesse local e todos estão sendo ouvidos na Polícia Civil em Amambai.
Conforme apurado pela reportagem, os bandidos não conseguiram abrir a porta do carro-forte porque a explosão foi de “baixa ordem”, ou seja, não detonou toda a carga empregada por eles. A suspeita é que os explosivos usados sejam velhos.
No local, as equipes policiais apreenderam espoletas, emulsão explosiva não detonada e também um pedaço do chamado cordel detonante. Segundo testemunhas, o carro carbonizado a poucos metros do carro-forte seria usado pelos bandidos na fuga, mas não funcionou e por isso foi incendiado por eles.
A polícia ainda não sabe se o condutor da caminhonete Mitsubishi L200 Triton, abandonada perto de Amambai, tem envolvimento com os assaltantes. Ao perceber a movimentação policial na estrada, ele abandonou o veículo e correu para o mato. A caminhonete foi levada para a delegacia e os policiais estão consultando os dados no sistema nacional para saber se é roubada.
A polícia mantém buscas na região com apoio do helicóptero da Polícia Militar, deslocado de Campo Grande para a fronteira, para auxiliar na investigação. O assalto ocorreu no mesmo trecho da rodovia onde, em junho de 2017, bandidos armados de fuzil explodiram um carro-forte da Brinks e fugiram levando dinheiro. A região fica a poucos quilômetros de Capitán Bado, base de quadrilhas brasileiras que controlam o tráfico de drogas e de armas na fronteira.
Outro caso
Em junho de 2017, bandidos chegaram a explodir um carro-forte na mesma região. Na ocasião, os criminosos chegaram a fazer pessoas que passavam na rodovia MS-156 como refém, relembre aqui.
O grupo teria utilizado dinamite e estava armado com fuzis. O carro-forte ficou completamente destruído.