Ao todo, segundo o Gaeco, foram cumpridos 38 mandados judiciais em Campo Grande, Dourados, Jardim e Jaraguari em imóveis dos envolvidos no núcleo “Sintonia dos Gravatas”, célula do PCC na qual advogados valem-se, criminosamente, de suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos a outros membros da organização criminosa, inclusive referentes a planejamento de atentados contra a vida de agentes públicos.
Além dos advogados, são suspeitos de fazerem parte do núcleo de “apoio jurídico” da organização criminosa um servidor do Poder Judiciário e outro da Defensoria Pública, além de um policial penal. As ameaças estavam direcionadas a um promotor do Gaeco e a um juiz. “Courrier” é uma palavra francesa que na tradução literal para o português significa “correspondência”.
O nome da operação faz referência, portanto, ao “leva e traz” de informações de dentro para fora de penitenciárias, e vice-versa. Além do Gaeco e Garras, foram às ruas de Mato Grosso do Sul para dar cumprimento aos mandados policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário).
Na Capital, a força-tarefa esteve nesta manhã no Acqua Verano, na Avenida Rachid Neder, Bairro São Francisco, e em um coworking (onde várias companhias compartilham a estrutura para operar), localizado na Avenida Afonso Pena, entre a Rui Barbosa e a Pedro Celestino. No prédio residencial vive um dos alvos, o advogado Bruno Ghizzi, que tem escritório no “condomínio” de empresas. Ghizzi atua no caso de um dos acusados pelo assassinato Carlos Reis de Medeiros, o “Alma”, garagista e agiota da Capital que teria negócios com o PCC.
Ghizzi acompanhou os trabalhos da operação e deixou o coworking acompanhado do delegado João Paulo Sartori, do Garras, policiais e agentes do Gaeco. Não há confirmação, contudo, sobre se ele foi ou não preso pela operação. Equipes também estiveram em endereço na Rua Sebastião Lima, no Bairro Monte Líbano, de onde um homem saiu preso.
Por meio da assessoria de imprensa, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul informou que não há defensores públicos investigados, mas que “acompanha o caso” do servidor “citado” e “aguarda por mais informações a respeito da operação”. O órgão afirmou, via assessoria de imprensa, que “está à disposição para colaborar com as instituições que realizam a investigação no que for necessário”. Com informações do site Campo Grande News
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