Futuro político da prefeita de Sidrolândia está nas mãos do novo procurador-geral de Justiça

O futuro político da prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), pré-candidata à reeleição neste ano, está nas mãos do novo procurador-geral de Justiça Romão Avila Milhan Junior. Isso porque a chefe do Executivo municipal foi implicada no esquema de corrupção supostamente chefiado pelo genro, o vereador campo-grandense Claudinho Serra (PSDB).

Segundo o site Midiamax, Vanda Camilo só pode ser investigada se Romão Avila autorizar, pois, como prefeita, ela tem foro privilegiado e a instauração de procedimento investigatório contra chefes do Executivo municipal é da competência do procurador-Geral de Justiça.

O PGJ também pode designar alguém para tal fim, por causa do foro privilegiado da sogra do vereador Claudinho Serra. O Executivo de Sidrolândia tornou-se alvo do grupo que fraudava licitações e desviava verbas públicas, segundo as investigações dos promotores de Justiça.

Acordo de delação para o ex-servidor da prefeitura de Sidrolândia Tiago Basso da Silva, já foi homologado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). O acordo menciona 22 alvos da terceira fase da Operação Tromper, além disso, a prefeita de Sidrolândia estaria implicada.

Tiago ocupava cargo comissionado como chefe de setor de execuções e fiscalização na Prefeitura de Sidrolândia. Ele foi preso em 21 de julho de 2023, na segunda fase da operação Tromper, mas já havia sido alvo de busca e apreensão na primeira fase.

Dias depois, ele foi exonerado do cargo pela prefeita Vanda Camilo (PP). As investigações apontaram que Tiago supostamente recebia vantagens indevidas e repassava informações privilegiadas e sigilosas sobre os procedimentos licitatórios. Desta forma, proporciona que empresas ganhassem as licitações.

Após manifestações de moradores de Sidrolândia contra a prefeita Vanda Camilo, vereadores sob pressão chegaram a abrir CP (Comissão Processante) para apurar irregularidades. No entanto, as investigações foram enterradas uma semana após sua abertura.

O vereador Carlos Henrique Olindo (PSDB) requereu o arquivamento do requerimento, que foi aprovado pela maioria da Casa. Ele é filho de advogado que atua na defesa de uma das rés da Operação Tromper.

Carlos Olindo relembrou o requerimento apresentado em 16 de abril por Enelvo Felini Júnior (PSDB). Na semana seguinte, foi votada a abertura da comissão, com 12 votos favoráveis.

Somente o vereador Gabriel Auto Car (PSD), citado na investigação, votou contra. Olindo afirma que o Legislativo não tem mecanismos suficientes para investigar o cargo e que o inquérito não chega a citar diretamente a prefeita Vanda Camilo.

Por isso, caberia ao MPE (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) tal investigação e não à Câmara. Assim, o vereador pediu o arquivamento do requerimento de Enelvo.

Ele ainda alegou que como não foi formada a comissão, foi descumprido o rito. No pedido, o parlamentar diz que, caso fatos novos apontem a participação da prefeita nos crimes, a abertura da comissão pode ser votada novamente.