O segundo óbito no conflito agrário entre produtores rurais e indígenas, no município de Iguatemi (MS) foi identificado como Lucas Fernando da Silva, 23 anos, era segurança privado de uma empresa especializada do Paraná e estava há uma semana na propriedade rural onde fui morto.
Conforme o site Campo Grande News, ele era natural de Cascavel (PR) e terceirizado por uma empresa de segurança privada que fazia a proteção dos trabalhadores da fazenda desde 8 de novembro. Quando o confronto começou, o rapaz estava na sede da propriedade rural.
A Tavares Segurança publicou uma nota de esclarecimento. “Todas as circunstâncias estão sendo apuradas pelas autoridades competentes, às quais a empresa está prestando total apoio e colaboração”, diz um dos trechos do comunicado”, trouxe a nota.
Ainda segundo a empresa de vigilância, informações oficiais só serão divulgadas após a conclusão das investigações. Lucas da Silva costumava registrar os momentos trabalhados, inclusive teria filmado parte do conflito.
O aparelho foi entregue às forças policiais para investigação. O rapaz está sendo velado em Cascavel, a cerca de 220 quilômetros de Iguatemi.
Em nota, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) afirmou que o vigilante Lucas Fernando da Silva morreu por ruptura hepática e choque hemorrágico, que podem ocorrer por trauma abdominal, como acidentes de carro ou quedas.
Ainda conforme a pasta, a bala que matou Vicente Fernandes Vilhalva saiu da arma que era portada por outro indígena, Valdecir Alonso Brites. O homem foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia Federal em Naviraí.
Segundo a Polícia Federal, ainda é investigado se a morte de Lucas tem relação com o homicídio do indígena. Na tarde de ontem (17), a Justiça Federal proibiu as forças policiais estaduais de atuarem na área de retomada Pyelito Kue em Iguatemi.
A decisão ocorre um dia após o conflito que vitimou dois homens. O juiz fixou multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento.Em 7 de novembro, a comunidade indígena havia solicitado liminar para impedir a atuação da Polícia Militar na área.
Naquele momento, porém, o pedido foi negado para que o Estado fosse ouvido e prestasse informações. Após as manifestações do Governo do Estado, do Ministério Público Federal e da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o magistrado reavaliou o caso e concedeu a tutela de urgência nesta segunda-feira.
A área em disputa integra parte da Terra Indígena Iguatemipeguá, cuja identificação e delimitação já constam em relatório da Funai. A região, que abrange quatro municípios do sul de Mato Grosso do Sul, enfrenta conflitos fundiários há anos.
Os indígenas passaram a retomar o território em 3 de novembro deste ano, sendo que no dia seguinte, foram registrados ataques por fazendeiros, conforme o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

