Força Nacional e Exército reforçam segurança para evitar resgate de narcotraficante ligado a Minotauro

A Força Nacional de Segurança e o Exército Brasileiro reforçaram a segurança em Ponta Porã (MS) após a prisão do narcotraficante Caio Berlusconi, o “Fantasma da Fronteira”, que é ligado ao grupo do criminoso Sergio Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”.

As forças de segurança utilizam carro blindado, com soldados. Além disso, outras viaturas também reforçam a segurança, prevenindo um possível resgate do criminoso.

Conforme a Polícia Federal, o homem já estava foragido desde 2015, mas em 2020 foi alvo de nova denúncia. Ele foi um dos indiciados após a Operação Além-Mar, acusado de atravessar carregamentos de cocaína do Paraguai e enviar a droga em contêineres de fruta para a Europa.

O homem foi detido quando trocava de aeronaves, em uma pista na área rural de Ponta Porã. As duas aeronaves de pequeno porte também foram apreendidas. Um dos aviões pertence a uma empresa de aviação agrícola, sediada em Ponta Porã.

Durante a Operação Além-Mar foi apreendida grande carga de cocaína em Amambay, na região de fronteira com o Paraguai. A apreensão aconteceu em trabalho conjunto em Cerro Cora’i, sendo encontrados e apreendidos 310 quilos de cocaína, além de um carregamento de maconha.

Ainda conforme a PF, as ações e investigações que aconteciam há 3 anos, miram em grande esquema de tráfico internacional de cocaína esquematizado por Minotauro. A princípio, a cocaína originalmente vinda da Bolívia era armazenada no Paraguai, em Amambay.

Então, dali ela entrava no Brasil através da fronteira com Mato Grosso do Sul e por meio de aeronaves chegava aos portos, principalmente no Rio Grande do Norte. De lá, era levada para a Europa.

A operação cumpriu 14 mandados em Mato Grosso do Sul, sendo 11 de busca e apreensão e 3 de prisão. Assim, a ação visava quatro organizações criminosas que agiam em conjunto.

A primeira, estabelecida em São Paulo (SP), promovia o transporte da cocaína pela fronteira com o Paraguai. Assim o entorpecente chegava até a capital paulista por aeronaves. Então, era distribuída no atacado para outras organizações criminosas tanto no Brasil quanto na Europa.

Já a segunda tem base em Campinas (SP) e recebia a cocaína internalizada para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa. Enquanto isso, a terceira, estabelecida em Recife (PE), era integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão.

Estes eram cooptados e organizavam a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.

Por fim, a quarta organização, que ficava na região do Brás em São Paulo (SP), atuava como banco paralelo, disponibilizando uma rede de contas bancárias (de empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”).

Com isso, era feita a movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, ‘lavando’ o dinheiro do tráfico.