O pedido foi formulado pelo advogado Gustavo Henrique Righi Badaró e assinado com mais três advogados, sendo que no dia 9 de julho eles já tinham requerido a substituição da prisão preventiva, “ante a avançada idade e gravidade do estado de saúde”. Naquele período, o pedido foi negado pela Justiça de Campo Grande, seguindo o parecer do MPE (Ministério Público Estadual).
Agora, a defesa pede a reconsideração do pedido, sob a mesma alegação: “questão humanitária”, por conta da fragilidade do estado de saúde de Fahd Jamil. Segundo relatórios médicos, ele é acometido por “doença pulmonar obstrutiva crônica severa com predomínio de enfisema pulmonar difuso”, e que a recomendação é tratamento com oxigenoterapia domiciliar.
No documento enviado à 1ª Vara Criminal de Campo Grande, a defesa de Fahd Jamil disse que o cliente tem interesse em colaborador com a Justiça e não se opõe ao uso de tornozeleira. A reversão de preventiva para domiciliar também é embasada pelos advogados do empresário com a resposta dada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Questionada pela defesa de Fahd Jamil, o órgão informou que não teria “nenhuma unidade prisional no Estado que possa atender as especificidades apresentadas”. O pedido de prisão domiciliar já havia sido negado também em recursos protocolados no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal).
A investigação da “Operação Omertà” que levou à frustrada tentativa de prisão de Fahd Jamil apontou à Justiça que a cidade de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, é base de organização criminosa que conta com milícia armada de assassinos profissionais. Em Campo Grande, o grupo é comandado por Jamil Name e Jamil Name Filho, conforme denúncia.
O grupo com base em Ponta Porã teria ordenado a execução de Alberto Aparecido Roberto Nogueira (Betão) e do policial militar reformado Ilson Martins de Figueiredo. Ambos estariam envolvidos no desaparecimento de Daniel Alvarez Georges em 2011, filho de Fahd Jamil.