Após a apreensão de 448 quilos de cocaína em Itapúa, onde cinco pessoas foram presas, a Polícia Nacional do Paraguai encontrou o avião que era utilizado para o tráfico da droga, bem como outras seis aeronaves em San Pedro, em um hangar que pertence à família do deputado colorado Freddy D’Ecclesia, apontado como chefe da rede de tráfico.
Uma das quatro incursões feitas no âmbito da operação “Austral”, da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), começou, no sábado (27), às 4h30, no aeródromo privado “Falcão Peregrino”, localizada no quilômetro 145 da Rota 3, sete quilômetros do centro urbano do município de San Estanislao, no Departamento de San Pedro.
O hangar estava registrado em nome de Juana Carolina Vera Gonzalez, 35 anos, que é a esposa de D’Ecclessis, e do traficante Victor Raul Gimenez, que é irmão do deputado colorado. Víctor Raúl foi preso no Uruguai em 1997 com uma carga de maconha. Então, em 2005, ele caiu no rancho da família, em Bella Vista Norte, no Departamento de Amambay, onde acabara de receber 195 quilos de cocaína.
A delegação liderada pelo promotor de Justiça Isaac Ferreira interveio especificamente no hangar, no qual foram encontrados sete aviões supostamente usados para traficar cocaína. Cinco deles são identificados com os prefixos paraguaios ZP-BOO, ZP-TKW, ZP-TOM, ZP-BKU e ZP-TEU, enquanto os outros dois operam com prefixos argentinos LV-HIV e LV-HBU.
A Direção Nacional de Aeronáutica Civil (Dinac) confirmou à Senad que pelo menos quatro aviões estão em situação irregular, seja documentado e também porque eles têm um built-in, ou seja, uma cabine que serve para reabastecimento no ar, algo totalmente proibido e típico em narcoaviões.
Funcionários do Ministério Público realizaram o procedimento de microrespiração dentro das máquinas para detectar vestígios de cocaína ou maconha. Uma das aeronaves suspeitas que opera com o registro ZP-BOO foi desde o início o objetivo principal da equipe de pesquisa, uma vez que estava sendo monitorada por vários meses depois de levar vários carregamentos de drogas para a Argentina e Uruguai.
Esse narcoavião teria traficado 448 quilos de cocaína do aeródromo “Paraqvaria”, em Coronel Bogado, no Departamento de Itapúa, que também foi invadido por outra equipe liderada pelo procurador de Justiça Elva Caceres.