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O ex-senador Delcído Amaral está tentando de todo jeito se reabilitar diante do eleitor. Anda frequentando a igreja batista em Campo Grande, entusiasmado com testemunhos de fé. “Ainda sou iniciante, mas com certeza serei crente”, disse em vídeo postado nas redes sociais por fiéis que respondiam com um “amém”. (védeo no link acima)
Depois de passar por três partidos diferentes, ser líder do governo petista afundado em corrupção, morar em Florianópolis (SC) e alienígena no PT, o ex-senador Delcídio do Amaral quer voltar à vida política em Mato Grosso do Sul. Em entrevista concedida à Rádio Difusora, ele enfatizou o “sofrimento” que teria vivido por 3 anos e 8 meses que antecederam o julgamento ao qual foi absolvido.
Para Delcídio, foi uma “aberração” e “violência” o que teriam cometido contra ele. “Eu acho que isso foi fruto de um momento que o país viveu e acho que o melhor resumo disso aí é uma fala do Nietzsche: O maior inimigo da verdade não é a mentira, é a convicção. Hoje o Brasil precisa atentar bastante para essa suposta convicção de alguns, porque casos como o meu podem acontecer com alguns”, destacou o ex-senador, que além de ser absolvido, ainda ganhou direito a uma aposentadoria de mais de R$ 11 mil por mês.
Ao ser questionado em relação à transição por conta da “Operação Lava Jato”, ele aponta que “se é real ou não, se hackers buscaram essa informação e adulteraram, ou seja, espero que seja real, porque se for verdadeiro irá trazer consequências sérias para o país, eu não tenho dúvida nenhuma disso. Sobre o ponto de vista político e jurídico”, declarou.
Por incrível que possa parecer, Delcídio se considera roubado: “Eu sempre tive uma vida organizada e da noite para o dia, tive as coisas bagunçadas, as pessoas sumiram da minha vida. Você acaba contaminando outras pessoas que não tem nada a ver com o momento em que você está passando”.
Ameaça
Com relação ao prejuízo que Delcídio alega ter passado após a condenação, “Estou esperando o acórdão na quinta-feira para começar a tomar as medidas, os meus advogados já estão estudando o caso para verificar quais os principais pontos e medidas”, ameaçou.
Ex-senador Delcídio do Amaral destaca acúmulo das histórias para elaboração de um livro. “Eu já venho trabalhando nisso há um bom tempo, até no período em que fico na fazenda, eu comecei a escrever. Isso vai exigir um trabalho forte de revisão, mas é um livro para ‘arrombar’, especialmente com uma pitada muito forte do período em que eu fui político. Isso não quer dizer que eu não volte para a política, mas eu foco nesse momento em que tive a honra de ser senador e representar o Mato Grosso do Sul”, enfatizou.
“Chorei muitas vezes, quantas vezes, sozinho e entre amigos, o choro sozinho é mais difícil, porque ele é solitário, mas, eu senti com as minhas filhas, até porque, por você se considerar responsável pelo que elas estão passando. A encrenca é comigo, vem para cima de mim, agora a mulher é atacada, as filhas são atacadas, é bullying, até vídeos jogaram na internet, colocando meninas como sendo supostamente minhas filhas, mas não tinha nenhuma relação com ela, porém, usavam os nomes delas, e você se sente como o grande causador de tudo isso. Agora eu estou saindo, vou deixar de ser vidraça, agora eu vou ser pedra, é diferente”, declara.
Nos últimos 3 anos e 8 meses, Delcídio do Amaral pontua a saudade das caminhadas em meio ao povo e os atrasos em suas reuniões, segundo ele, “uma das coisas que mais senti falta é o contato com o povo, eu faço com prazer, sempre fiz, eu atrasava as minhas reuniões em 3h a 4h, eu sempre gostei de conversar, principalmente à noite, sempre gostei de música, o restante eu procurei aprender muito, li bastante, e voltei a aprofundar o meu conhecimento no livro dos livros que é a Bíblia. Então, isso me ajudou a aproveitar esse tempo que eu passei para não parar e continuar avançando”.
Retorno à política
Delcídio está negociando com um partido de porte médio do Estado o seu retorno ao meio político, ele diz ter realizado mapeamento de Mato Grosso do Sul e está se preparando para dar início ao trabalho a ser desenvolvido após a divulgação da sua sentença na quinta-feira (04). “Eu vou começar a preparar, quando eu fui inocentado em primeira instância, o primeiro programa que eu dei entrevista foi aqui, na segunda vez eu fui inocentado de novo”, afirmou.
Ele disse que agora vai voltar para a política. “Vou começar a estruturar um partido forte no Estado, com tranquilidade, andando nos municípios, eu fiz um mapeamento em todo o Estado e ainda temos gente fiel nos municípios, vamos começar em um partido médio e vamos construindo as alianças que a gente entender que tem consequência com o que estamos projetando sobre o ponto de vista de debate político, política do Estado, e olhando principalmente para onde o nosso Mato Grosso do Sul vai. Precisamos transformar o nosso Estado, em um lugar que todos nós sonhamos, temos uma responsabilidade muito grande com toda essa moçada que está vindo aí e precisa ter perspectiva”.
Delcídio destaca a possibilidade de ser pré-candidato a governador. “Quem não quer ser governador do seu Estado? Eu sou um pantaneiro que saiu daqui como engenheiro, participei em grandes obras do Brasil, desde o Complexo de Paulo Afonso, a grande linha de Salvador, a linha que sai de Tucuruí e chega a Manaus, malária nas costas e outras coisas. Depois eu saio e viro dirigente do sistema Eletrobras, depois recebo convite para trabalhar na Shell da Holanda, voltei, fui para o Sul, Nordeste, Amazônia, com projetos na área de geração, em iniciativa privada, depois acabei indo para o Ministério, Vale do Rio Doce, Petrobrás e depois Senado Federal. Eu não sei se sou melhor ou pior, mas sou diferente com certeza. Tenho muito a colaborar, cometi muitos erros e me penitencio dos erros que cometi, mas também, acertei muita coisa, e precisamos construir política em um momento conturbado que estamos, mas vamos esperar”, concluiu.