A ação de pistoleiros na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul está fora de controle e matança já passa de 153 somente de janeiro a dezembro deste ano. As mais recentes vítimas são os irmãos Nestor Ramon Villagra Gadea, 37 anos, e Ignacio Luis Villagra Gadea, 36 anos, que foram mortos na madrugada desta segunda-feira (09) na Colônia Piky, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
Com essas duas mortes, o número de homicídios cometidos por matadores de aluguel na região fronteiriça já está em 153 somente neste ano, sendo 11 em janeiro, 9 em fevereiro, 15 em março, 8 em abril, 9 em maio, 20 em junho, 17 em julho, 12 em agosto, 16 em setembro, 15 em outubro, 16 em novembro e 7 em dezembro.
Os dois irmãos foram executados enquanto bebiam, ouvindo música, em frente a um bar na Colônia Piky. O proprietário contou à Polícia que estava dentro do estabelecimento, quando ouviu os tiros, disparados pelos pistoleiros que chegaram ao local em uma motocicleta.
“É dolorosa a situação. Parece que as pessoas solucionam seus problemas dessa forma [matando os desafetos]. Essa situação tornou-se habitual nesta área da fronteira”, afirmou o comissário Ignacio Rodríguez, diretor da Polícia Nacional do Paraguai no Departamento de Amambay.
O promotor de Justiça Marco Amarilla disse que é o crime organizado que semeia a violência e que os fatos são mais isolados. Ele ressaltou que nos casos de homicídio, a maioria está relacionada a atos de vingança relacionados ao narcotráfico.
O prefeito de Pedro Juan Cabalero, José Carlos Acevedo, disse que a violência gerada pelo crime organizado é difícil de controlar, porque os bandidos eles são governados por seus próprios códigos. “É difícil controlar, porque entre eles (aqueles que praticam atos ilícitos) não há cheques, nem notas promissórias. Com balas está resolvido”, afirmou.