Execução de jornalista na fronteira completa 4 anos e mandante continua livre

A execução do jornalista sul-mato-grossense Lourenço Veras, o “Léo Veras”, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã, completa quatro anos e o narcotraficante Waldemar Pereira Rivas, o “Cachorrão”, apontado como o mandate do assassinato, continua em liberdade.

 

Ele chegou a ser preso, julgado e absolvido pela Justiça do Paraguai, porém, meses depois, a absolvição foi anulada e um novo julgamento foi marcado, porém, o narcotraficante já tinha fugido. No momento, o nome de Cachorrão está na “lista vermelha” de procurados pela Interpol.

 

Relembre o caso

 

No dia 12 de fevereiro de 2020, Léo Veras estava em casa, em Pedro Juan Caballero, jantando com a família, quando o grupo de pistoleiros invadiu o imóvel. Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, enquanto os outros três realizaram o ataque.

 

Logo ao levar os primeiros tiros, o jornalista pontaporanense correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido, alcançado e executado com 12 disparos de pistola calibre 9 mm.

 

Em seguida, os pistoleiros amordaçaram a boca do corpo já sem vida de Leo Veras como uma demonstração de que ele estava falando demais no site de notícias que o jornalista tinha e onde publicava matérias contra a atuação dos narcotraficantes na fronteira.

 

Cinco homens e uma mulher suspeitos de ligação na execução de Léo Veras foram presos ainda em 2020, sendo que as prisões aconteceram após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), na época, divulgar que os tiros que atingiram o jornalista tinham sido disparados de uma pistola Glock calibre 9 mm.

 

A mesma arma teria sido usada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero. Todos os crimes estariam relacionados à facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), que tem um “braço” na fronteira.

 

Exame de balística forense feito em Asunción, capital do Paraguai, identificou que os cartuchos recolhidos na casa de Léo Vera tinham o mesmo padrão de marca produzido pelo percussor da pistola no instante do disparo, que é uma espécie de impressão digital, única para cada arma.