Ex-sargento da Aeronáutica vai a júri em outubro por assassinar por asfixia a esposa

O ex-2º sargento da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, vai a júri popular no próximo dia 5 de outubro por matar estrangulada, com golpe de “mata-leão”, a esposa Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, 22 anos, no dia 4 de fevereiro deste ano na residência do casal no Residencial Oliveira, em Campo Grande (MS).

A denúncia descreveu no processo que o réu agiu por motivo torpe, pelo fato de a vítima ter chegado em casa embriagada e xingado. Outro agravante seria por que há indícios de que a filha do casal, de 4 anos, estava no imóvel durante o crime e teria presenciado. Tamerson Ribeiro ainda ocultou o corpo de Natalin Maia em um matagal.

Durante todo o processo 15 testemunhas foram ouvidas, entre familiares, amigos e agentes da segurança pública que atenderam a ocorrência, desde o achado do cadáver até a prisão do suspeito. Foi constatado a materialidade com indícios suficientes de autoria, segundo consta no processo e por esse motivo o acusado será submetido a julgamento.

“Por fim, designo o julgamento do referido acusado no plenário do júri para o dia 5 de outubro do fluente ano, às 8h, oportunidade em que os laudos requeridos pelo MP, com a ciência da defesa, deverão estar nos autos, devendo o cartório diligenciar neste sentido.”, diz a sentença.

Durante interrogatório na audiência de instrução ocorrido na segunda-feira (1°), ele relatou arrependimento. Contou que não tinha intenção de matar a esposa e que queria apenas contê-la, já que estava desequilibrada e o agredindo. Disse ainda que se pudesse, voltava no tempo.

O ex-2º sargento da Aeronáutica, que foi expulso da FAB (Força Aérea Brasileira) meses após o crime, contou que conviveu com a jovem por quatro anos e que as brigas entre os dois eram frequentes. O feminícida confesso afirmou que a moça era muito violenta. Durante as discussões do casal, ela o xingava e lhe agredia fisicamente, com socos, chutes, arranhões e mordidas. “Qualquer coisa” era motivo para a esposa se alterar, afirmou.

Questionado sobre o porquê manter um relacionamento tão difícil, Tamerson Ribeiro afirmou que toda vez que era agredido, acreditava que seria a última. “Sempre quis manter a família unida, sempre achava que seria a última vez. Só quem já passou por violência doméstica, sabe como é”, explicou.

O réu contou que no dia do crime, era por volta das 20h quando a mulher saiu de casa para encontrar amigos e só voltou entre 1h e 2h daquela sexta-feira. Natalin Maia estava embriagada, o que a deixava mais agressiva. Os dois brigaram e no corredor da casa, ela teria começado a jogar objetos contra ele e chutar as portas da casa.

Tamerson Ribeiro afirma que quando Natalin Maia foi para cima dele, tentou segurá-la, com um braço em volta do pescoço e o outro passando pela barriga da esposa, que continuava a se debater, até que desfaleceu.

“Uma hora ela parou de se mexer. Senti uma tontura, dor de cabeça e entrei em desespero”, declarou, parando de responder as perguntas, usando o direito de ficar em silêncio para não explicar o porquê de não acionar o socorro, se a filha do casal presenciou o assassinato, se ele tentou verificar se a esposa estava respirando e tinha batimentos, como colocou o corpo no carro, dentre outros questionamentos. Com informações do site Campo Grande News