Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (15), 17 mandados de busca e apreensão contra bolsonaristas envolvidos em bloqueio de rodovias em Mato Grosso do Sul.
No Estado, os principais alvos foram o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB), a médica Sirlei Faustino Ratier e a ex-assessora de senadora Soraya Thronicke (União-MS), Juliana Gaioso Pontes, que se candidatou a deputada federal pelo PRTB e acabou não sendo eleita.
Waldeli dos Santos Rosa foi intimado para prestar esclarecimentos durante operação da PF e, por meio de nota, disse que recebeu com naturalidade a informação de que deverá prestar esclarecimentos acerca da sua defesa em prol da liberdade de expressão.
Ainda conforme o texto, o ex-prefeito afirmou que “dentro da estrita legalidade sempre se expressará para apoiar e defender a democracia, o estado democrático de direito e as liberdades individuais e coletivas previstas na Constituição do Brasil”.
O nome de Waldeli já aparecia na lista da Polícia Civil, como um dos líderes das manifestações. Áudios do político circularam em grupos de WhatsApp convocando apoiadores para manter as manifestações em rodovias e fechar o comércio da cidade em protesto ao resultado da eleição. À época, ele afirmou que os áudios foram descontextualizados.
Sirlei Ratier é fundadora do QG Voluntários do Bolsonaro e ajudou na manifestação em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste). Desde o dia 31 de outubro, centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo protestam contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pedem intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Esse é um movimento do povo, não tem organizador ou líder. Concordo em gênero, número e grau com o movimento. O povo tem o direito de se manifestar pacificamente, mas não sou organizadora de nada”, afirmou Sirlei Ratier logo após ter o nome listado entre as lideranças pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).
Juliana Gaioso, que foi assessora da senadora Soraya Thronicke (União-MS) e da Câmara Municipal de Campo Grande, também consta na lista de liderança dos atos. “Eu não sou liderança dos movimentos. A minha participação nos atos se dá como jornalista fazendo a cobertura dos eventos para a produção de um documentário. Me coloco à disposição para qualquer esclarecimento e continuarei desempenhando o meu direito constitucional de exercer o jornalismo”, disse a jornalista para se defender de ter sido incluída entre as lideranças do movimento.