Ele tinha sido preso em Salto del Guairá, cidade paraguaia que faz fronteira com os municípios de Mundo Novo (MS) e Guaíra (PR), e expulso do país vizinho na quinta-feira (15) para ser entregue à Polícia Federal do Brasil, já que um processo de extradição demoraria muito.
Apontado como um dos principais chefes do contrabando de cigarro na região de fronteira, “Pingo” estava na lista dos bandidos mais procurados do Brasil, elaborada pelo Ministério da Justiça. Ele é acusado de ser responsável por pagar propina a policiais sul-mato-grossenses para permitir a passagem das cargas de cigarro paraguaio e foi alvo da “Operação Nepsis” junto com outros “patrões” do contrabando, tendo condenação a 12 anos de prisão por contrabando e organização criminosa.
Pingo, que estava escondido dentro da chaminé da churrasqueira de sua mansão em Salto del Guairá quando foi preso, é considerado o maior contrabandista de cigarros do Brasil. O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, assinou na quarta-feira (14) a expulsão dele, o que acelerou a saída dele, pois o processo de extradição poderia levar meses.
Ele foi levado em helicóptero da Polícia Nacional do Paraguai até o posto de controle migratório em Ciudad del Este e entregue à PF brasileira na Ponte da Amizade, que liga o Paraguai a Foz do Iguaçu (PR). No início de 2020 ele foi incluído entre os 26 bandidos mais procurados pelo Ministério da Justiça, com mandado de prisão internacional.
Em 2018, Pingo teve o filho de 17 anos, João Victor Richena Costa, assassinado a tiros de fuzil quando chegava em um condomínio em Salto del Guairá. Ele era de Rio Brilhante (MS) e tinha se mudado há pouco para morar com o pai. O crime foi atribuído a inimigos de Pingo e ele está na lista dos mais procurados do Brasil, onde é acusado de mandar executar dois policiais rodoviários federais.
A casa de um deles foi alvo de diversos tiros de uma arma automática. As investigações apontaram que o atentado estava ligado ao fato dos PRFs apreenderem mais de 30 carretas de cigarros da quadrilha.