Ex-deputado Ary Rigo finalmente no xilindró em operação contra fraudes em contratos de informática

Esquecido da mídia desde a Operação Uragano, desencadeada pela Polícia Federal e que apontou fraudes em licitações e corrupção ativa na Prefeitura de Dourados na gestão do falecido prefeito Ary Artuzi, o ex-deputado estadual Ary Rigo foi preso na manhã desta terça-feira (29) por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) como parte da Operação Antivírus.

Ao todo, as equipes do Gaeco estão espalhadas por Campo Grande para cumprir 12 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão e o principal alvo da força-tarefa é a sede do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), onde investigadoras vasculham três diretorias.

Segundo o advogado do ex-deputado estadual, Carlos Marques, Ary Rigo foi detido em sua residência no Residencial Dhama I e tratar-se de uma prisão temporária, além de busca e apreensão em sua residência. “É uma prisão temporária e nem eu, nem ele sabemos o motivo”, afirmou Marques.

Rigo foi o responsável por “divulgar” um dos maiores escândalos políticos de Mato Grosso do Sul com o vídeo da operação “Uragano”, em setembro de 2010, quando apareceu em uma gravação falando sobre recebimento e pagamento de propinas envolvendo vários órgãos públicos de Mato Grosso do Sul.

Agora, o Gaeco investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, peculato e organização criminosa. Segundo as informações iniciais, os alvos são contratos de informática celebrados entre empresas e o Poder Público. A assessoria de imprensa do Ministério Público não divulgou nem confirmou os nomes dos envolvidos.

Dos 12 mandados de prisão, nove já são de prisão preventiva e três temporárias. O Gaeco investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, peculato e organização criminosa.

Segundo a assessoria de imprensa do MPE (Ministério Público do Estado), os contratos de informática celebrados entre o Poder Público e empresas são investigados.

Funcionários do Detran-MS informaram que as buscas ocorrem na Presidência, Diretoria de Administração e Finanças e Diretoria de TI (Tecnologia da Informação). As equipes do Gaeco fazem a varredura desde às 7 horas e servidores destes setores, ao menos 60, aguardam do lado de fora.

O diretor-adjunto Donizete Aparecido da Silva chegou há pouco ao Detran e entrou no bloco da presidência junto com agentes do Gaeco. A reportagem apurou que os investigadores do MPMS estiveram na casa dele. O Gaeco informou que “em virtude da complexidade da Operação, não serão divulgadas informações antes do término das investigações”.