O caso de tentativa de homicídio por parte da digital influencer Daisa Garcia contra o ex-amante, o candidato a deputado federal pelo Republicanos, Saulo Batista, em um flat de luxo em Campo Grande (MS), com golpes de faca, ganhou a mídia nacional. No site do portal de notícias UOL, a reportagem revela que a garota, que era mais conhecida como “A Luxuosinha”, está se sentindo envergonhada e arrependida de ter mantido seu relacionamento com o político.
Ela aproveitou seu crescente engajamento no Instagram, onde possui mais de 21 mil seguidores, para denunciar o ex-amante por agressão, postando fotos em seus stories que mostram marcas roxas nos ombros, braços e mãos. Ainda abalada e um pouco retraída, Daisa contou que estava com muito medo de vir a público contar o que aconteceu no flat duplex onde vivia o político.
Daisa Garcia afirma que “conhece muito bem” o comportamento dele e diz temer por sua integridade física. A garota conta que o casal viveu junto por mais de dois anos, mas que eles resolverem viver apenas como namorados, para que ela tivesse um pouco de privacidade para receber a filha de 13 anos. Eles continuaram morando no mesmo prédio, mas em andares diferentes.
No sábado (24), a filha estava com ela no apartamento e Daisa Garcia decidiu pedir uma refeição por aplicativo. “Fui pedir para ele e ele me xingou de vagabunda, exploradora. Foi horrível. Resolvi terminar com ele. No domingo, levei minha filha até o pai. Quando voltei, a senha da minha fechadura havia sido trocada. Fui tirar satisfação com ele e tivemos outra briga. Só que dessa vez, além de xingar, ele começou a me bater e puxar meus cabelos, me arrastando pela casa. Depois tentou me sufocar com o travesseiro”.
Daisa Garcia conta que o porteiro, já conhecendo como ela era tratada, chamou a Polícia. Mas ela não quis prestar queixa, para não prejudicá-lo em sua campanha para deputado. Com a nova senha da fechadura em mãos, ela retornou para o apartamento dela.
“Na segunda, ele disse que ia viajar. Eu, que já estava recolhendo tudo do meu apartamento para ir embora, achei que seria uma boa oportunidade de pegar as coisas que eu mantinha no flat dele. Cheguei e abri a porta. Não havia ninguém no andar de baixo. Comecei a recolher algumas coisas e subi para o quarto para pegar minhas roupas no armário. Foi aí que ele apareceu na escada, pelado, e me jogou contra a parede, falando um monte de palavrões”, lembrou.
“Depois, escutei uma risadinha, uma voz de mulher. Enquanto ele me agredia, ela passou por mim, só de calcinha, dizendo que não queria confusão, que ela era uma profissional, que só queria o dinheiro. Eu fiquei fora de mim. Depois de todo o terror psicológico que ele fez comigo, ele estava me traindo com uma prostituta?”, indagou.
Daisa Garcia conta que ficou cega de raiva e decepção. Agarrou os cabelos da mulher com toda a força, enquanto Saulo Batista tentava separá-las e, segundo a influencer, a agredia ainda mais. Foi quando, num dado momento, o político conseguiu prensar a ex-amante contra a pia. E, nas palavras dela, começou a agredi-la e estrangulá-la.
“Eu fui ficando sem ar, não conseguia respirar. Comecei a tatear com a mão o balcão da cozinha, atrás de mim, procurando algo para me defender dele. Quando eu senti que tinha alcançado um objeto, comecei a bater nele com essa coisa, depois soube que era uma faca de mesa, de serrinha. Não tinha como matá-lo, como ele alegou que eu queria fazer”.
Foi assim que Daisa Garcia foi parar na delegacia, suspeita de tentar matar o ex-amante. Porém, ela diz que o político não contava que ela iria apresentar o seu histórico anterior de comportamento abusivo. Entre eles, uma ação na Justiça por danos morais, após Saulo Batista ter criado um perfil falso no Instagram, chamado “Corno de Consórcio”, em que ridicularizava e expunha publicamente o ex-marido da influencer e ameaçava divulgar vídeos íntimos dela.
Segundo Daisa Garcia, o político começou a fazer coisas “terríveis” contra ela porque ela queria romper com ele e voltar para o ex-marido. “A pressão foi tanta que acabei aceitando a chantagem dele para o meu ex ficar em paz”, contou a influencer.
“Assim que soube de tudo que ele fazia contra mim, o delegado mudou o flagrante, viu que eu estava machucada, acabou virando um registro como lesão corporal dolosa”. De fato, no boletim de ocorrência, ambos constam como autor e vítima das agressões.
Homem solteiro
Daisa Garcia, hoje com 29 anos, lembra que conheceu Saulo Batista, 40 anos, há três anos. Ela estava visitando um amigo em São Paulo quando, durante um jantar no Terraço Itália, foi apresentada ao político. Eles conversaram a noite toda, ficaram juntos alguns dias e resolveram namorar. Afinal, segundo ela, ele havia dito ser um homem solteiro.
“Foi amor à primeira vista. Fomos passar uma semana no Guarujá, os primeiros dias foram maravilhosos. Até que, no quinto dia, eu vi uma foto de uma mulher no celular dele. Perguntei quem era, ele apenas disse o nome. Depois fui pesquisar no Google e descobri ser a mulher dele. Ele era casado e tinha mentido para mim”.
Hoje ela sente vergonha por concordar em viver com Silva como amante. “Ele é um homem instável. Agressivo. Ele quase destruiu minha vida quando eu decidi voltar para o meu ex-marido. Por isso, a única coisa que eu peço agora é proteção. Eu não quero dinheiro, não quero bens. Eu preciso de proteção para mim, para a minha filha. Eu sei do que esse homem é capaz”.
Candidato confirma relação
Saulo Batista afirmou que Daisa Garcia criou uma versão “mentirosa e fantasiosa dos fatos” e que a alegação de que ela foi agredida por ele é uma “estratégia” da ex-amante e de sua advogada para levar o caso a uma investigação na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), mesmo sem provas de que ele a atacou primeiro.
“Eu compreendo a importância dessa estrutura para acolher a mulher e fazer uma livre apuração, ainda mais em um estado como Mato Grosso do Sul, com índice alto de feminicídios, mas esse tipo de estratégia pode ser um desserviço à causa. É importante que a verdade de um homem não valha menos que a mentira de uma mulher”, declarou Saulo Batista, que ainda questionou a decisão da polícia de liberar Daisa Garcia sem pagamento de fiança.
“Tenho marcas de escoriações antigas e novas, já ela, não tem um único hematoma. Nos pulsos e nos cabelos tem marcas porque é onde você segura para evitar mordidas e facadas. Ela estava próxima o suficiente para eu dar tapas e socos, mas ela não tem marcas”, completou o candidato.
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