Além disso, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Corumbá, Jacareí e Guarulhos. Durante a operação, na residência de um dos alvos também foram encontrados cerca de 2 quilos de pasta base de cocaína. A quadrilha era especializada em fazer a travessia dos carros locados no Estado de São Paulo e trazidos até a região de fronteira com a Bolívia, onde eram vendidos ilegalmente no país vizinho.
Para “camuflar” o crime, após a travessia do carro para a Bolívia, os locadores eram orientados a registrar ocorrência policial como se tivessem sido vítimas de roubo na cidade de Corumbá. Os carros de alto valor eram alugados em nomes de laranjas ou do próprio locatário. Após a chegada do veículo à cidade de Corumbá, este era repassado para os atravessadores, pessoas que conhecem as rotas, chamadas de “cabriteiras”, estrada ilegal às margens da fronteira.
A organização criminosa era composta por diversos integrantes e envolvia grande esquema de logística. O líder conhecido por ‘Malufinho’ era responsável por cooptar pessoas para alugar veículos com a promessa de receberem entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, para levar o veículo até Corumbá. ‘Malufinho’ também era o responsável por receber as quantias referentes às vendas dos veículos. O esquema ainda contava com olheiros, batedores e atravessadores, pessoas da cidade de Corumbá, que prestavam o apoio necessário para que o veículo chegasse à cidade e atravessasse a fronteira.
As rotas utilizadas passavam pelo Pantanal sul mato-grossense, locais em que a organização criminosa possuía olheiros e batedores. A organização também tinha como integrantes motoristas de aplicativo que realizavam o trajeto Campo Grande – Corumbá verificando e repassando, à quadrilha, informações do trajeto. Um dos alvos da operação, conhecido por “Dodô”, braço direito de “Malufinho”, foi preso no dia 5 de agosto transportando 70 quilos de cocaína em Campo Grande.