Após ter sido condenado em novembro de 2022 e posteriormente ter o julgamento anulado, o ex-2º sargento da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 32 anos, que era lotado na base da FAB (Força Aérea Brasileira) em Campo Grande (MS), passou por um novo julgamento e, desta vez, pegou pena de 24 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato da própria esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, que na época tinha 22 anos, no dia 4 de fevereiro de 2022.
Ele foi condenado por homicídio e ocultação de cadáver, com as qualificadoras feminicídio, motivo torpe e asfixia, pelo crime ter sido cometido na presença de criança e com ocultação de cadáver. “Portanto, fica condenado, definitivamente, pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver, às penas de 24 (vinte e quatro) anos e 8 (oito) meses de reclusão e ao pagamento de 40 (quarenta) dias-multa, estes à razão de 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época dos fatos”, trouxe a sentença do juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
A pena do ex-militar aumentou 1 ano e 4 meses em relação ao julgamento ocorrido em novembro do ano passado. Durante o julgamento na manhã de ontem (27), ele manteve a alegação de que apenas tentou conter a esposa quando a matou. Tamerson de Souza lamentou o que aconteceu e disse que não houve motivo torpe. “O caso não aconteceu por briga e xingamentos. Eu apenas tentei conter ela ao ver mais um episódio de agressão”, disse.
O ex-2º sargento da Aeronáutica tinha sido condenado, em novembro de 2022, a 23 anos e quatro meses por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, porém o MPE (Ministério Público Estadual) recorreu, já que os jurados desconsideravam a qualificadora de feminicídio. E, então, foi submetido a novo julgamento, tendo o anterior sido anulado.
Após matar Natalin Maia com um mata-leão, Tamerson de Souza enrolou o corpo dela em um lençol, colocou no porta-malas e esperou o dia clarear. Ele ainda simulou conversas no WhatsApp fingindo ser a esposa para despistar a polícia. O ex-militar da FAB relatou que quando Natalin Maia chegou à residência do casal teria passado a xingá-lo, ofendê-lo e estapeá-lo, momento em que teria tentado segurá-la aplicando um mata-leão.
Ela caiu desacordada e Tamerson de Souza teria tentado acordá-la, mas acabou percebendo que a jovem estava morta. O ex-2º sargento da Aeronáutica, então, a teria enrolado em um lençol e colocado o corpo dentro do porta-malas do carro, mas esperou o dia clarear e levou a filha de 4 anos para a escola, com o corpo escondido no carro.
Depois foi até a rodovia e pegou uma estrada de chão, onde desceu, retirou o corpo e o arrastou até o matagal, onde o abandonou. O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro de 2022, na residência do casal, no Residencial Oliveira. Conforme a denúncia, Tamerson de Souza e Natalin Maia conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Ele ficou preso na Base Aérea de Campo Grande, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin Maia ser encontrado, mas foi transferido ao presídio após a exclusão da FAB.