De acordo com a decisão, como ele é idoso e tem comorbidades, poderá cumprir a prisão preventiva em casa e, dessa forma, o ex-prefeito ficou apenas quatro dias de fato atrás das grades após ficar dois dias foragido da Polícia Civil. Ele deve deixar a cela da 3ª Delegacia de Polícia Civil e colocar a tornozeleira, seguindo para sua residência onde poderá manter contato apenas com familiares e a defesa.
Em depoimento, Maurílio Azambuja negou que tinha conhecimento dos crimes e, além disso, informou que confiava nos três funcionários para fazerem pagamentos de até R$ 100 mil e assinava os cheques, sem questionar. O ex-prefeito referiu-se a Lenilso Carvalho Antunes, o ex-secretário de Finanças, Daiana Cristina Kuhn, a ex-secretária de Administração, e o técnico em edificações e integrante da Comissão Permanente de Licitações da Prefeitura, Edmilson Alves Fernandes, que também foram presos.
Ele ainda disse que achava que os cheques eram para a reserva financeira, para o pagamento da folha e de fornecedores. Foram 600 cheques com valores de R$ 38 mil, que não passavam por controle. Ao todo, oito pessoas foram presas temporariamente: Maurílio Azambuja, Lenilso Carvalho Antunes, Daiana Cristina Kuhn, Edmilson Alves Fernande, Iasmin Cristaldo Cardoso, Pedro Emerson Amaral Pinto, Fernando Martinelli Sartori e Moisés Freitas Victor.
Durante a operação, foi apreendido um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie. Armas e joias também foram apreendidas.
A ação mirou servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia.
Ainda conforme o DRACCO, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.
A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos.
Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas.
Foram encontrados alvos no Paraná. Um deles acabou localizado e preso em um hotel. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado — e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná. Com informações do site Midiamax