Uma das sugestões listadas é que o militar não seja mantido em uma cela da BACG (Base Aérea de Campo Grande), mas que tenha acesso livre no local e que possa até cumprir “atividades laborais internas”. No pedido feito no último dia 23 de março, a advogada Talita Dourado lista que não existia situação de flagrante e pede a revogação da prisão alegando residência fixa, ocupação lícita e que ele é réu primário.
A advogada sugere, caso não seja concedida a total liberdade, o uso de tornozeleira eletrônica, prisão domiciliar ou acesso livre nas dependências da Base Aérea, onde ele ocupa uma cela. “Nessa hipótese, o acusado continuaria a ser constantemente monitorado, inclusive de forma armada, mas deixaria de estar enjaulado dentro de grades, devolvendo-lhe a dignidade e a possibilidade de desempenhar trabalho dentro das repartições internas da Aeronáutica”, discorreu a defesa.
O corpo de Natalin Maia foi encontrado na margem da BR-060, na saída para Sidrolândia, na tarde de 6 de fevereiro. Mas a investigação aponta que a jovem foi morta em casa. Tamerson Ribeiro alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e ela desmaiou.
Ele disse que a intenção não era matar e que tentou acordá-la, no entanto, percebeu que estava morta. Com medo de ser preso, o 2º sargento colocou o corpo no porta-malas do veículo e no outro dia, levou a filha, de 4 anos, para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois seguiu para a rodovia e o jogou à margem, em meio a um matagal.
Em seguida, Tamerson Ribeiro foi até a Base Aérea e chegou a se encontrar com uma acompanhante para “desabafar”, segundo ele. Não houve relacionamento sexual entre os dois e ele teria contado sobre seu relacionamento, sem mencionar que havia matado a esposa.
Quando a Polícia chegou à casa e o questionou sobre Natalin Maia, o militar disse que a esposa tinha ido embora. Também tentou despistar as amigas, respondendo as mensagens no celular se passando pela esposa. Tamerson Ribeiro chegou a dizer para a filha, antes do corpo ser localizado, que a mãe teria passado mal e morreu no hospital.
O 2º sargento foi denunciado por homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, asfixia e feminicídio. A denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) também o acusa de ocultação de cadáver. No dia 3 de março, a Aeronáutica, através da BACG (Base Aérea de Campo Grande), pediu acesso à documentação do processo sobre o assassinato.
Segundo documento enviado ao juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, a Base Aérea afirma que precisa de acesso aos documentos que ajudarão no processo administrativo instaurado. Tamerson Ribeira confessa ter carregado o corpo da esposa no porta-malas do veículo do casal, um Fiat Punto, entretanto, a primeira perícia não encontrou vestígios de que o corpo de Natalin Maia foi carregado no veículo.
Conforme o laudo, foram feitas diversas análises pelos peritos “à vista desarmada”, sendo que não foram encontrados vestígios como manchas de sangue, fios de cabelo ou outros objetos relacionados ao crime. A perícia sugeriu à polícia que o carro seja apreendido para análise laboratorial no Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses). O objetivo é ter uma resposta mais precisa sobre vestígios biológicos, não visíveis a olho nu no porta-malas. Com informações do Campo Grande News