Com essas mortes, o número de execuções na região chega a 124 somente neste ano, sendo 14 mortes em janeiro, 12 em fevereiro, 12 em março, 20 em abril, 15 em maio, 17 em junho, 8 em julho, 4 em agosto, 10 em setembro, 8 em outubro e 4 em novembro. No caso da primeira execução, Carlos Espinaço recebeu vários disparos de arma de fogo, sendo surpreendido pelos atiradores no momento em que construía o muro da casa onde morava. Um veículo parou no local e o suspeito disparou diversas vezes na direção da vítima.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local, antes da chegada do resgate. A Polícia Militar também foi chamada e faz rondas na região para tentar localizar os criminosos. Já no caso da segunda execução, os autores seriam dois homens que chegaram em um veículo prata da marca Toyota e efetuaram vários disparos contra o ex-vereador e fugiram logo em seguida. Mario Niz morreu no local, sendo que agentes especiais da perícia e também do Ministério Público estiveram no local e coletaram as cápsulas de calibre 9 mm que ficaram caídas ao solo. A Polícia Nacional investiga o que teria motivado o crime.
Carlos Anhasco Espinaço é genro de Ana Cláudia Gonçalves Martinez, 46 anos, e Pedro Celso Ajala Sanguina, 45 anos, também executados a tiros, no dia 26 de outubro deste ano, no Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande. A esposa dele, que é filha de Ana Cláudia e Pedro Celso, contou que na tarde desta sexta-feira (11) o marido estava construindo o muro de casa, com a ajuda do compadre e o vizinho.
Por volta das 16h30, um veiculo sedan, modelo paraguaio, de cor prata, parou em frente a eles, descendo três homens encapuzados. Um deles estava vestido todo de preto e de colete, portando um fuzil. Os outros vestiam camiseta preta e branca, armados com pistolas. Ela revelou que os autores gritaram: “polícia, não corre”, mas o marido tentou fugir, correndo para o fundo da propriedade.
Ele foi seguido pelos homens, que o cercaram e executaram. Depois, saíram gritando para uma das testemunhas não olhar para eles. A esposa de Carlos Anhasco contou que os pais – executados a tiros em Campo Grande – já tinham saído de Ponta Porã sob ameaças.
Uma familiar também confirmou à Polícia que eles eram ameaçados por traficantes paraguaios. Ana Cláudia teve cinco irmãos executados nos últimos 12 anos, incluindo Leandro Gonçalves Martinez, de 23 anos, morto com 11 tiros. Agora, o genro, Carlos Anhasco.