A fragilidade do sistema penitenciário do Paraguai explica o porquê de a maioria dos narcotraficantes brasileiros detidos no país vizinho não querem ser extraditados para o Brasil. Um exemplo do fraco controle do governo paraguaio sobre seus presídios veio a público ontem (31) quando um preso saiu pela porta da frente da Penitenciária Nacional de Tacumbú, em Assunção, usando o cartão de visita de um amigo.
Trata-se do interno Gustavo Angel Reyes Fernandez, de 20 anos, que foi encarcerado na prisão no dia 7 de janeiro deste ano. De acordo com informações oficiais, os irmãos dele, Gustavo Adolfo Reyes Fernandez, 20 anos, e Francisco Fabian Reyes Fernández, 22 anos, mais um grupo de amigos, entre os quais Nelson Ivan Alvarez Palma, 23 anos, que era um companheiro de equipe de Gustavo Angel quando ambos jogaram no Clube Pinoza, foram visitá-lo.
Por volta das 11h30, Gustavo Angel pediu ao amigo Nelson Ivan que lhe emprestasse o cartão com o qual ele tinha entrado na prisão. Supostamente, o prisioneiro disse a seu amigo que iria para uma cela particular para ter um encontro com uma mulher, mas nunca retornou. Desesperado, Nelson Ivan tentou sair da prisão, mas só quando lhe pediram para devolver o cartão de visitante foi que a fuga foi detectada.
As câmeras de segurança do Tacumbú registraram a saída do preso, que aparentemente deu algo para a guarda do pavilhão para contornar o primeiro portão. Mais tarde, o condenado cruzou outro controle e foi registrado quando saiu pelo portão principal. O estranho é que neste momento ele teve que mostrar ao guarda um selo que ele tinha que ter em seu braço, como os visitantes fazem. O avô do condenado fugitivo é carcereiro de Tacumbú.