Ao invés de ampliar a punição para coibir os roubos de carros no Brasil para serem levados para o Paraguai, onde são trocados por drogas e armas, a Justiça do país vizinho determina que os policiais paraguaios presos com veículos tomados em assalto em Ponta Porã (MS) cumpram prisão domiciliar na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.
O suboficial Julio Simon Mendoza Acosta, 20 anos, da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero, preso quando transitava no dia 4 de janeiro a bordo da caminhonete Toyota Hilux, placa QAM-8438, de Ponta Porã (MS), tomada em assalto no dia 3 de janeiro, é um dos beneficiados pela decisão judicial.
No dia da prisão, ele conduzia a caminhonete pela Rota 5, em Pedro Juan Caballero, com destino a outra cidade paraguaia, sendo que o veículo já utilizava a placa OBR-998, de origem paraguaia, pertencente ao Toyota modelo Allion. Apesar do crime, o suboficial foi indiciado pelo Ministério Público do Paraguai apenas como receptador, o que no país vizinho não é um delito grave.
Em outra situação similar, a Justiça também determinou que o suboficial inspetor Pedro Yanel Barua Acosta, 35 anos, cumpra prisão domiciliar após ter sido preso no dia 9 de janeiro, na própria residência, em Pedro Juan Caballero, com duas caminhonetes tomadas em assalto por homens fortemente armados na cidade de Ponta Porã.
Na residência do suboficial foram apreendidas uma caminhonete da marca Toyota Hilux, placa HTI 2149, de Ponta Porã (MS), que já se encontrava com placa paraguaia AOF-233, e uma caminhonete Toyota SW4, placa QAF-7272, também de Ponta Porã (MS), que se encontrava sem placas.
Ao colocar os policiais presos com veículos tomados em assalto na cidade de Ponta Porã em prisão domiciliar, a Justiça paraguaia deixa em evidência que estar transitando ou ser preso com veículos tomados em assalto nas cidades brasileiras não é crime. Isso explica o alto número de veículos brasileiros roubados transitando livremente na região de fronteira.