Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, a ordem de fechamento do estabelecimento de apostas foi dada 24 horas antes de “Bonitão” ser preso e ele chegou a invadir o local acompanhado por um forte grupo armado, determinando que os funcionários do cassino encerrassem definitivamente todas as atividades naquela noite. Ainda conforme a Polícia, também foi dada ordem para que todos os negócios do clã de Fahd Jamil nas cidades vizinhas, tanto no Estado, quanto no Paraguai, fossem suspensos, incluindo o jogo do bicho.
O PCC e o clã de Fahd Jamil estão em “guerra” declarada desde novembro de 2020, quando foram mortos e enterrados em uma vala comum quatro pessoas ligadas ao “Rei da Fronteira”. Aparentemente, “Bonitão” pensava que o único grupo criminoso que poderia impedir o seu total controle sobre o tráfico de drogas e armas na região de fronteira era o de Fahd Jamil e, por isso, determinou as execuções e, posteriormente, o fechamento dos “negócios” do “Rei da Fronteira”, incluindo o Casino Guaraní e as bancas de jogo do bicho.
No entanto, enquanto “Bonitão” estava preocupado com o Fahd Jamil, acabou abrindo a guarda para a ação da Polícia do Paraguai, que, com apoio da Polícia Federal, já vinha monitorando seus passos em Pedro Juan Caballero. Assim, na noite de sábado (9), o novo líder do PCC na fronteira acabou preso e expulso do país vizinho, sendo entregue à PF no Brasil, forçando o comando da facção criminosa encontrar um novo “patrão” para a região.