Na “Operação Prometeu”, deflagrada ontem (20) pela Polícia Federal na região pantaneira abrangida por Corumbá e Miranda, terminou com dois presos e bovinos apreendidos. A dupla estava de posse de revólveres sem autorização.
A ação combate os crimes de incêndio, desmatamento, exploração ilegal de terras da União, entre outros, na região do Pantanal.
Os dois são empresários e produtores de gado conhecidos na região. Ainda segundo o superintendente da Polícia Federal, Carlos Henrique Cotta D’ângelo, o local onde ocorreu o incêndio, que hoje é alvo da operação, até 2020 era uma área preservada.
Naquele ano houve a primeira queimada na área, que passou a ser utilizada na pecuária, com exploração extensiva de gado no local. Desde então, ela pegou fogo outras vezes, inclusive em julho deste ano.
“Fazendo as investigações, os levantamentos, constataram que essa área é uma área da união, é terra devoluta, ela não tem dono. Então a pessoa está sendo investigada porque ela, em princípio, está explorando, grilando uma terra da união e, além disso, ela se vale do fogo para queimar a vegetação natural e depois explorar como pasto”, explicou D’ângelo.
Também conforme a PF, nesses mais de três anos o responsável já negociou mais de sete mil cabeças de gado. “Agora nesse momento calcula-se que haja lá duas mil cabeças de gado e esse gado tende a ser apreendido até pela irregularidade dos registros dele”, afirma.
Assim, os policiais apreenderam vários documentos, aparelhos celulares e computadores. Esse material poderá comprovar toda situação de ilegalidade, seja da ocupação da área, seja do uso do fogo e da comercialização irregular ou ilegal do gado. Ainda segundo a PF, o comércio irregular levou a um prejuízo de R$ 220 milhões.
“A Perícia analisa uma série de fatores porque, a bem-dizer, o dano ambiental é imensurável, né? São espécimes que morrem, são uma série de consequências, mas existem parâmetros. Então considera-se o bioma, considera-se a área, considera-se o período de fogo.”, detalhou o superintendente.